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Internado em SP, Bolsonaro não tem previsão de cirurgia

Diagnóstico é de obstrução intestinal e tratamento será "conservador"

15 de Julho de 2021 às 00:01
Da Redação com Estadão Conteúdo [email protected]
Presidente foi transferido para o hospital Vila Nova Star e submetido a exames.
Presidente foi transferido para o hospital Vila Nova Star e submetido a exames. (Crédito: PABLO MUNDIM / TV BRASIL)

Com obstrução intestinal e dores no abdômen, o presidente Jair Bolsonaro deu entrada na noite ontem no hospital Vila Nova Star, em São Paulo. Bolsonaro foi transferido para a capital paulista após permanecer internado em Brasília ao longo do dia, onde passou por uma série de exames no Hospital das Forças Armadas. O médico Antônio Luiz Macedo, que foi responsável por operar o presidente no fim de 2018 - quando Bolsonaro foi atingido por uma facada, durante sua campanha eleitoral --, decidiu pela transferência para a capital paulista após analisar o quadro clínico de Bolsonaro. Até o momento, uma nova cirurgia está afastada e o presidente, conforme afirmou seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, deve ficar três dias internado.

A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência informou que Bolsonaro seria submetido em São Paulo a novos exames para avaliar a necessidade de uma cirurgia “de emergência”. Uma nota divulgada à noite pela a equipe médica, no entanto, informava que o presidente permaneceria em intenso “tratamento clínico conservador”, inicialmente sem a necessidade de cirurgia. Ainda segundo o comunicado, o presidente já havia feito “avaliações clínicas, laboratoriais e de imagem” na capital paulista.

“Toda situação de obstrução intestinal tem sua gravidade. Ele vai ser acompanhado de perto, sobretudo com exame clínico, que é o mais importante nessa situação”, afirmou Macedo, em entrevista à rádio Jovem Pan. “Muitas vezes com jejum, hidratação e medicação, o quadro reverte sem a necessidade de cirurgia.” Macedo não quis prever, porém, quando Bolsonaro poderá retornar às atividades.


O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) afirmou que seu pai chegou a ser intubado para evitar broncoaspiração de líquido vindo do estômago durante procedimento para exames em Brasília. “Ele foi submetido a uma endoscopia. Foi constatado um entupimento no intestino. Foi para uma unidade de tratamento intensivo para ficar em observação com cuidados melhores”, afirmou, também em entrevista à Jovem Pan.

O agravamento do quadro de saúde de Bolsonaro ocorre no momento que o governo encara um de seus piores cenários, com queda recorde de popularidade, crescente desgaste com o Supremo Tribunal Federal e embates com a CPI da Covid.

Ontem, enquanto estava no hospital, o presidente divulgou uma foto sua pelas redes sociais, onde aparece sem camisa, deitado em uma maca e acompanhado de um padre com crucifixo no pescoço. A imagem relembra as que foram divulgadas durante o tratamento que recebeu em 2018. Com aparência de cansaço, após receber medicações, Bolsonaro politizou a sua própria situação. No Twitter, escreveu que encara “mais um desafio”, por causa da facada que levou de Adélio Bispo, em 2018. Sem citar o nome do agressor, afirmou que sua situação é “consequência da tentativa de assassinato promovida por antigo filiado ao PSOL, braço esquerdo do PT, para impedir a vitória de milhões de brasileiros que queriam mudanças para o Brasil”. As investigações concluíram que Adélio Bispo agiu de forma isolada e sofre de graves problemas mentais.

Soluços

Bolsonaro já passou por algumas cirurgias em decorrência da facada que recebeu no dia 6 de setembro de 2018, em Juiz de Fora, no interior de Minas. Desde a semana passada, o presidente vinha se queixando de uma crise de soluços. O incômodo ficou claro na live semanal da última quinta-feira. Na ocasião, Bolsonaro chegou a pedir desculpas logo no início da transmissão “Peço desculpas. Estou há uma semana com soluços, talvez eu não consiga me expressar adequadamente.” (Da Redação com Estadão Conteúdo)