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Jair Bolsonaro diz que não abrirá mão da democracia

Em motociata com apoiadores, presidente percorreu ruas de Porto Alegre

11 de Julho de 2021 às 00:01
Estadão Conteúdo e Redação
Encontro reuniu uma multidão ontem de manhã na capital do Rio Grande do Sul.
Encontro reuniu uma multidão ontem de manhã na capital do Rio Grande do Sul. (Crédito: ISAC NÓBREGA / PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (10/7/2021))

O presidente Jair Bolsonaro participou ontem de manhã de uma motociata com apoiadores em Porto Alegre. Numa breve pausa, gravou vídeo para sua página no Facebook, e fez acenos a apoiadores.

“O que simboliza isso aqui é a nossa liberdade, o nosso compromisso com a democracia. Não abriremos mão da nossa democracia e da nossa liberdade, do nosso direito que está na Constituição. Quem pensa o contrário está no caminho errado”, declarou o presidente.

Jair Bolsonaro fez duras críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luís Roberto Barroso, ao defender o voto impresso nas próximas eleições. “O que o Barroso quer é a volta da roubalheira, a volta da fraude eleitoral”, disse Bolsonaro.

A Polícia Militar gaúcha acompanhou todo o trajeto da motociata. Ao passar pelas ruas, o presidente recebeu aplausos de apoiadores que carregavam bandeiras do País.

Apontado por ter sido informado previamente sobre supostas irregularidades cometidas em processos de compra de vacinas, o presidente se eximiu da responsabilidade de ter de tomar providências sobre denúncias levadas até ele, ao ser questionado sobre seu encontro com o deputado Luís Miranda (DEM-DF), no dia 20 de março.

“Ele (Miranda) pediu uma audiência pra conversar comigo sobre várias ações. Tenho reunião com mais de 100 pessoas por mês, dos mais variados assuntos. Eu não posso simplesmente, ao chegar qualquer coisa pra mim, tomar providência”, respondeu Bolsonaro a um repórter da Rádio Gaúcha ao ser questionado sobre o encontro.

O deputado e seu irmão, o servidor público Luís Ricardo Fernandes Miranda, disseram à Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid que relataram a Bolsonaro, na reunião ocorrida no Palácio da Alvorada, em 20 de março, cobrança de propina e outras irregularidades na compra da Covaxin, vacina produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech.

No depoimento, o deputado afirmou que Bolsonaro atribuiu os problemas a “mais um rolo” de Ricardo Barros (PP-PR), líder do seu governo na Câmara. Bolsonaro se tornou alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por causa dessa denúncia, sob suspeita de ter se omitido e cometido o crime de prevaricação.

Os senadores da cúpula da CPI -- Omar Aziz (PSD-AM), presidente; Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente; e Renan Calheiros (MDB-AL), relator -- enviaram na quinta-feira uma carta a Bolsonaro, cobrando dele que se manifeste sobre as denúncias. Sobre a carta, o presidente afirmou ontem que não tem obrigação de responder. “Ainda mais carta pra bandido. Três bandidos”, disse em uma referência aos senadores. (Estadão Conteúdo e Redação)