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Aumenta tensão entre Bolsonaro e Omar Aziz

09 de Julho de 2021 às 00:01
Da Redação com Estadão Conteúdo [email protected]
Presidente Jair Bolsonaro.
Presidente Jair Bolsonaro. (Crédito: EVARISTO SA / AFP)

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse ontem que o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), desviou R$ 260 milhões do Amazonas. A afirmação baseia-se na investigação do Ministério Público na operação “Maus Caminhos”, deflagrada em 2016 para apurar desvios na área da Saúde no Estado. O parlamentar é um dos suspeitos de participar do esquema, mas nunca foi condenado e nega as acusações. Ontem, a CPI da Pandemia enviou uma carta ao presidente Bolsonaro pedindo para que ele se manifeste sobre as acusações de prevaricação que pairam sobre ele, em resposta, durante uma live, o presidente, afirmou que não vai responder o ofício enviado pelos senadores.

A cúpula da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid enviou ontem uma carta ao presidente Jair Bolsonaro, cobrando dele que se manifeste sobre as denúncias apresentadas pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF). Em depoimento à CPI, há duas semanas, Miranda disse ter avisado Bolsonaro, em 20 de março, de um esquema de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin. Na ocasião, o deputado também afirmou que o presidente atribuiu as irregularidades a um “rolo” do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR).

Bolsonaro se tornou alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por causa dessa denúncia - feita antes pelo servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Fernandes Miranda, irmão do deputado --, sob suspeita de ter se omitido e cometido o crime de prevaricação. Na carta, os senadores Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI; Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente; e Renan Calheiros (MDB-AL), relator, dizem ter tomado a iniciativa de pedir ao chefe do Executivo, “de maneira formal‘, que se manifeste sobre as “graves acusações” porque, após 13 dias das declarações de Miranda, impera o silêncio no Palácio do Planalto.

“Não vou responder nada”, disse Bolsonaro, na noite de ontem, em transmissão ao vivo pelas redes sociais. “Não tenho paciência para ficar ouvindo patifes acusando o governo. Como a gente desmonta essa CPI de picaretas, sete picaretas?”, completou, numa referência ao grupo composto por senadores independentes e de oposição, conhecido como “G-7”.

Excesso

O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), disse ontem que pode ter se excedido ao determinar ontem a prisão do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias, mas ressalvou que havia evidências fortes de que o depoente mentiu à CPI.

“Eu posso até ter me excedido. Mas, no caso específico dele, você vai pegando depoimento das pessoas e chega um momento que você tem que tomar decisões”, afirmou Aziz. (Da Redação com Estadão Conteúdo)