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Saúde

Campanha Julho Verde alerta para a prevenção ao câncer de cabeça e pescoço

O câncer de cabeça e pescoço é uma doença silenciosa que, inicialmente, pode ser confundida com uma gripe ou faringite

05 de Julho de 2021 às 10:46
Da Redação [email protected]
Perfil mulher careca, julho verde.
Autocuidado é primordial para a prevenção do câncer. (Crédito: Shvets Production/Pexels)

O cuidado com a saúde é essencial para se manter uma boa qualidade de vida e evitar possíveis transtornos. Apesar de se falar pouco sobre os tumores que atingem a cabeça e o pescoço, eles ocupam a nona posição entre os tipos de câncer com maior incidência em todo o mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). A vista disso, anualmente, a Associação Brasileira de Câncer de Cabeça e Pescoço (ACBG Brasil), em parceria com a Sociedade Brasileira de Cabeça e Pescoço (SBCCP), promove o Julho Verde, iniciativa que busca trazer mais visibilidade à doença.

A campanha de 2021 fixa o slogan “O câncer tá na cara, mas às vezes você não vê”. A mensagem visa conscientizar a população sobre a importância do autocuidado e atenção aos primeiros sinais e sintomas da doença, para possibilitar o diagnóstico precoce e ampliar as taxas de cura.

Uma das dúvidas mais frequentes entre pacientes é saber quais órgãos, exatamente, compõem a cabeça e o pescoço. “A região inclui, além da cabeça, a língua, boca, laringe, faringe, tireoide, seios paranasais, cavidade nasal e glândulas salivares”, esclarece a mastologista Alice Francisco, uma das dirigentes da ONG Maple Tree Cancer Alliance no Brasil. A instituição é uma das apoiadoras do Julho Verde. “De acordo com dados divulgados pela ACBG Brasil, até 2022, cerca de 45 mil pessoas poderão perder parte de suas faces por causa do câncer na cavidade oral. Em média, 22.950 brasileiros correm o risco de perder a voz em consequência de um câncer de laringe.”

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que um terço destes tumores poderia ser evitado. “Fatores de risco incluem tabagismo; consumo de bebidas alcoólicas; infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV), transmitido principalmente por meio de relações sexuais desprotegidas, e má higiene bucal, entre outros”, conta a doutora Alice. “Ou seja, muitas destas causas são evitáveis.”

Mesmo com a queda no número de fumantes no Brasil, a incidência deste câncer não diminuía como se esperava. E a causa foi, justamente, o aumento na quantidade de casos relacionados ao HPV, mesmo em pacientes sem histórico de tabagismo ou alcoolismo.

Em sua fase inicial, o câncer de cabeça e pescoço é uma doença silenciosa, que pode ser confundida com uma gripe ou faringite. Rouquidão, feridas na boca ou inflamações que, mesmo medicadas, superam mais de duas semanas podem ser indícios.

A mastologista explica que o consumo de carnes vermelhas em grandes quantidades pode gerar a predisposição ao surgimento de tumores na boca ou garganta, sobretudo se essas carnes forem preparadas em churrasqueiras. “Há elementos carcinogênicos no carvão vegetal”, ressalta. No contraponto, incluir frutas cítricas, vegetais verdes, chá verde, açafrão e própolis pode ajudar na prevenção, pois eles contêm antioxidantes.

O uso de prótese dentária não causa tumores na boca, mas, se ela provocar machucados constantes por estar desajustada, pode ser um fator de risco. É importante atentar-se, do mesmo modo, à higienização da boca, presença de gengivite crônica e o uso diário e em longo prazo de enxaguantes bucais com álcool.

A doutora Alice também desmistifica que a cirurgia de retirada da laringe impedirá o paciente de voltar a falar. “Próteses especiais possibilitam a 90% deles que mantenham sua vocalização. Outras alternativas são a eletrolaringe e a voz esofágica, recursos nos quais o som é gerado no esôfago.”