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Exoneração

Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pede demissão

O nome de Joaquim Alvaro Pereira Leite já foi anunciado para chefiar o Ministério

23 de Junho de 2021 às 17:57
Da Redação com Estadão Conteúdo [email protected]
Ordem se estende aos convênios, acordos de cooperação, atos e projetos - Foto: Evaristo Sá/AFP
Ordem se estende aos convênios, acordos de cooperação, atos e projetos - Foto: Evaristo Sá/AFP (Crédito: Ordem se estende aos convênios, acordos de cooperação, atos e projetos - Foto: Evaristo Sá/AFP)

O presidente Jair Bolsonaro exonerou, nesta quarta-feira (23), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. De acordo a publicação do Diário Oficial da União, Salles pediu para deixar o governo. O nome de Joaquim Alvaro Pereira Leite já foi anunciado no mesmo decreto para ocupar o cargo abandonado por Salles.

A decisão vai ao encontro da repercussão polêmica da gestão do agora ex-ministro. Ricardo Salles é alvo de um inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF), suspeito de integrar organização criminosa e de dificultar as investigações do Poder Público sobre a apreensão de madeira, feita na Operação Handroanthus.

"Para que isso (investigação) seja feita de forma mais serena possível, apresentei minha exoneração", disse Salles ao justificar o pedido em entrevista no Palácio do Planalto. Ele nega ter cometido irregularidades.

A gestão de Salles também foi marcada pelo desmonte de órgão de fiscalização ambiental e sucessivos recordes no avanço do desmatamento. Na última semana, negociações bilaterais sobre questões ambientais entre Brasil e Estados Unidos foram suspensas, o que acendeu o "sinal amarelo" entre autoridades para os riscos de sanções econômicas. Para a presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Kátia Abreu (PP-TO), o congelamento das conversas tem relação com as investigações contra o ex-ministro e com a paralisia no combate ao desmatamento.

O anúncio da troca no Ministério do Meio Ambiente aconteceu no momento em que o governo é acusado de corrupção na compra de vacinas para a covid-19. Em entrevista, o deputado Luis Miranda (DEM-DF), aliado do Palácio do Planalto, afirmou ter alertado o próprio Bolsonaro de que havia "corrupção pesada" no Ministério da Saúde envolvendo a compra da Covaxin. Na ocasião, segundo o parlamentar, o presidente afirmou que procuraria a Polícia Federal para investigar o caso. Apesar do aviso, o governo seguiu com o negócio em que prevê pagar pelo imunizante indiano um preço 1.000% maior do que o anunciado pela própria fabricante seis meses antes.

A demissão ainda ocorre um dia depois de Bolsonaro elogiar Salles em evento no Palácio do Planalto. "Parabéns, Ricardo Salles. Não é fácil ocupar seu ministério. Por vezes, a herança fica apenas uma penca de processos. A gente lamenta como por vezes somos tratados por alguns poucos desse outro Poder, que é muito importante para todos nós", disse o presidente durante evento de lançamento do Plano Safra 2021-2022.