CPI da Covid
CPI inclui Queiroga entre investigados
O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), decidiu nesta quarta-feira, 16, incluir o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na lista de investigados. A CPI apura ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.
Queiroga deixa de ser testemunha e se une a uma lista com outros quatro investigados da CPI: o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação no Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, e o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fábio Wajngarten.
Ao incluir Queiroga, Pazuello e outros alvos na lista de investigados, a CPI passa a tratá-los como suspeitos de ter participado de um crime. Isso porque a comissão classifica como investigadas aquelas pessoas contra as quais há provas e indícios veementes.
Segundo assessores do Congresso, a alteração do status desobriga o investigado a assinar um termo para falar somente a verdade. Como não está obrigado a produzir provas contra si mesmo, o investigado não precisa falar nem dizer a verdade.
Os cinco investigados da CPI foram ouvidos como testemunhas em seus depoimentos. A testemunha é uma pessoa que viu fatos, mas não participou de irregularidades e crimes.
Ao tornar os alvos como investigados, a CPI ganha em profundidade na apuração. A partir de agora, medidas como busca e apreensão e requisição de documentos ficam mais fáceis.
Wizard
Diante do não comparecimento do empresário Carlos Wizard para falar à CPI da Covid, ontem, o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), anunciou que a comissão vai solicitar que Wizard seja conduzido de forma coercitiva para depor ao colegiado. A Justiça também será oficiada para que a Polícia Federal (PF) apreenda o passaporte do empresário, que está nos Estados Unidos.
A reunião da CPI marcada para ontem também previa o interrogatório do servidor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Marques, apontado como participante da inclusão, no sistema do TCU, de documento que minimiza o número de mortos na pandemia de Covid-19. No entanto, em razão da votação prevista no Plenário da Casa da Medida Provisória que abre caminho para privatização da Eletrobras, o depoimento do auditor foi adiado. (Da Redação com Estadão Conteúdo)