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Busca por assassino já dura nove dias

18 de Junho de 2021 às 00:01
Da Redação com Estadão Conteúdo [email protected]
Cerca de 200 homens procuram por Lázaro, que está escondido na mata.
Cerca de 200 homens procuram por Lázaro, que está escondido na mata. (Crédito: GABRIELA BILÓ / ESTADÃO CONTEÚDO)

A outrora pacata cidade de Cocalzinho de Goiás (GO), a meio do caminho entre Brasília e Goiânia, vive dias de medo. O motivo é Lázaro Barbosa, de 32 anos, conhecido na região como “serial killer do DF”, acusado de matar uma família inteira na semana passada. O cerco policial para capturá-lo já dura nove dias e as buscas se concentram nessa área, onde ele foi visto pela última vez.

Paulo de Souza Monteiro, que trabalha em uma propriedade rural no distrito de Girassol, em Cocalzinho, resume o espírito dos moradores: “A gente não consegue nem dormir”. O chacareiro afirmou que sua mulher está grávida e ele tem receio de que algo de ruim possa acontecer. “Penso mais nela.”

A Polícia Militar usa helicópteros, cães farejadores e conta com auxílio da Polícia Federal para capturá-lo. Segundo agentes que acompanham as buscas, Lázaro conhece bem a área, onde mora sua família, e tem facilidade para se esconder na mata. A polícia confirmou que o homem também é investigado pela morte de um caseiro em Girassol, no dia 5 de junho -- quatro dias antes do assassinato de uma família em Ceilândia.

“Estou com 58 anos, nunca vi um trabalho desses. Esse tanto de avião em cima de mim e eu andando, nunca vi”, afirmou Monteiro. Cocalzinho, com seus pouco mais de 18 mil habitantes, a 115 km de Brasília, tem poucos casos de homicídio.

Amanda Tavares, de 24 anos, dona de um salão de beleza da cidade, diz que o cerco a Lázaro mudou drasticamente a rotina dos moradores. “O medo de ele aparecer na casa da gente só aumenta a cada dia que passa”, alerta. “A chácara onde ele entrou (na terça-feira) e fez três reféns sempre foi tranquila. Sempre passamos feriados lá e nunca imaginamos que tamanha barbaridade poderia acontecer tão perto da gente”, completou. O movimento no seu salão, diz Amanda, diminui pelo medo das pessoas de sair de casa.

Na terça-feira, Lázaro fez uma pessoa refém em Edilândia (GO) e trocou tiros com vários policiais. Uma força-tarefa com cerca de 200 policiais foi montada e tem usado o distrito de Girassol como base.

Lázaro é acusado de matar, a tiros e facadas, três pessoas na zona rural de Ceilândia no dia 9. E é também apontado como responsável pelo sequestro da mulher de Cláudio, Cleonice Marques de Andrade, cujo corpo foi encontrado no dia 12 à beira de um córrego próximo de sua casa.

Lázaro já respondeu, na Bahia, a um processo por homicídio quando tinha 20 anos. Em 2011, já em Ceilândia, ele foi condenado por estupro e roubo. Chegou a ser preso em 2018, em Águas Lindas de Goiás, mas fugiu poucos meses depois. (Da Redação com Estadão Conteúdo)