Greve
Trabalhadores da Fundação Casa entram em greve por reajuste salarial
Manifestação desta quarta-feira (16) também reivindica a testagem periódica para o coronavírus e o fim da redução no vale-alimentação
Trabalhadores da Fundação Casa promoveram greve na manhã desta quarta-feira (16), em todo Estado de São Paulo. A manifestação, organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Fundações Públicas de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente em Privação de Liberdade do Estado de São Paulo (SITSESP), reivindica testagem periódica para o coronavírus, reajuste salarial, fim da redução no vale-alimentação e também aumento no valor pago pelo convênio médico.
Os servidores determinaram o protesto em assembleia na noite desta terça-feira (15), após o “posicionamento inflexível” da Fundação Casa. O sindicato ainda enfatizou a morte de mais de 30 servidores em decorrência da Covid-19. “A instituição não garantiu EPIs [Equipamentos de Proteção Individual] de qualidade, nem testagem periódica e em massa”.
A Fundação Casa lamentou a “intransigência do sindicato pela decisão de implementar um movimento de greve em plena pandemia de Covid-19”. A entidade afirmou que sempre esteve aberta ao diálogo com o SITSESP e que realizou inúmeras reuniões com o propósito de chegar a um acordo. “Durante todo período de crise sanitária, todos os empregos foram mantidos. Nunca houve atraso ou suspensão nos pagamentos e nos benefícios, como vale-refeição, alimentação e convênio médico”, destacou a instituição.
Por conta do caráter essencial do serviço prestado pela fundação, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª região (TRT-2) determina que 70% do efetivo esteja trabalhando. Além disso, o dissídio coletivo será julgado na próxima quarta-feira, dia 23. Os pleitos serão analisados pela Justiça do Trabalho.
O jornal Cruzeiro do Sul tentou entrar em contato com Fundação Casa de Sorocaba, mas não obteve respostas até o fechamento desta matéria.
Medidas de segurança
Em nota, a Fundação Casa informou que, logo após a decretação da pandemia, foi criado internamente o Comitê de Gerenciamento de Crise. O órgão tomou decisões e implementou medidas em todos os centros socioeducativos do Estado, visando a preservar a vida dos adolescentes em atendimento e dos servidores, assim como manter um ambiente de trabalho seguro.
Ainda no comunicado, a instituição informou que, nos centros, os servidores receberam equipamentos de proteção individual (EPI) e estão orientados sobre os procedimentos de limpeza e higiene a seguir. Os profissionais também são apoiados pela equipe de saúde da sua respectiva divisão regional e pela Superintendência de Saúde da Fundação.
Segundo a Fundação Casa, a instituição adquiriu os seguintes insumos: álcool em gel, luvas, avental, sabão, oxímetro, termômetro infravermelho e máscaras descartáveis e de tecido. Os Centros são monitorados rotineiramente para verificar a disponibilidade dos suprimentos.
Há ainda campanha interna de conscientização permanente sobre os cuidados de higiene e de uso de máscaras pelos servidores. Foram criadas ainda novas regras e normas para higiene, limpeza, desinfeção e esterilização dos ambientes, assim como para revistas nas entradas dos espaços dos centros socioeducativos, com uso obrigatório de máscaras e inspeção da temperatura corporal.