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Vacinação

Com vacinação, Serrana reduz mortes em 95%

Cidade recebeu estudo do Butantan e 75% da população foi imunizada contra a Covid-19 com a Coronavac

01 de Junho de 2021 às 00:01
Da Redação com Estadão Conteúdo [email protected]
Resultados preliminares foram apresentados ontem pelo governo paulista.
Resultados preliminares foram apresentados ontem pelo governo paulista. (Crédito: DIVULGAÇÃO GOVERNO SP)

A vacinação em massa da população de Serrana com a Coronavac diminuiu em 95% o número de óbitos por Covid-19 na cidade do interior paulista, conforme resultados preliminares de estudo feito pelo Instituto Butantan. Segundo a pesquisa, o controle da transmissão no município se deu quando 75% da população elegível estava vacinada, o que indica que esse é o porcentual necessário para frear o vírus no País. O imunizante também se mostrou efetivo para evitar hospitalizações e mortes entre idosos maiores de 70 anos.

De acordo com dados apresentados pelo diretor médico de pesquisa clínica do Butantan, Ricardo Palacios, o número de hospitalizações e mortes na faixa etária superior aos 70 anos foi reduzido a zero após a semana epidemiológica 14 (meio de abril), quando 95% dos adultos de Serrana já estavam vacinados. Foram registradas apenas uma morte e uma internação nessa faixa etária, mas entre indivíduos não imunizados. Antes da conclusão da vacinação de toda a cidade, o número de registros chegou a cinco por semana nesse grupo populacional.

A incidência de casos sintomáticos por 100 mil habitantes caiu 80% e a de internações foi reduzida em cerca de 86%. Esses índices comparam os números observados entre as semanas epidemiológicas 6 e 14 (7 de fevereiro a 10 de abril), quando a aplicação da segunda dose foi concluída na cidade, aos dados das semanas 15 a 19 (11 de abril a 15 de maio), quando toda a população adulta já estava vacinada.

Os dados absolutos não foram detalhados, mas o Butantan explicou que eles serão publicados em artigo científico futuramente. Um dado parcial apresentado pelo instituto mostrou que o número de hospitalizações considerando todas as faixas etárias foi de 43 no período entre a aplicação das duas doses, caiu para 5 no período que a população tinha recebido a segunda dose há menos de duas semanas e baixou para 2 internações quando já se passavam mais de 14 dias da segunda aplicação, quando o imunizante alcança a eficiência máxima. Já o total de óbitos nos três períodos mencionados foi de 7, para 1 e zero, respectivamente.

Segundo Palacios, os dados demonstram o efeito também indireto da campanha de vacinação em massa na proteção até dos não vacinados. “Isso reflete o somatório do efeito direto e indireto da vacina, ou seja, entre as pessoas que recebem a vacina e o efeito indireto da redução da transmissão do vírus. O efeito da vacina é tão forte que ele consegue proteger aqueles que não foram vacinados em idades mais avançadas”, declarou.

Idosos

Para o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, o resultado da pesquisa indica que não há necessidade de revacinar ou dar dose de reforço a idosos que receberam a Coronavac. “Esses resultados (de estudos que indicam menor efetividade da vacina em idosos com mais de 80 anos) são preliminares, de bancos de dados. Aqui não, aqui a realidade foi estudada, as pessoas foram acompanhadas, então fiquem tranquilos”, disse.

De acordo com o diretor, isso vale também para as crianças e adolescentes, que não podem ser vacinadas porque estudos em menores de idade ainda estão sendo realizados. O Butantan verificou queda nas hospitalizações de menores de 18 anos após a imunização em massa. “Vacinar os adultos vai criando uma barreira de proteção nas crianças. Esse dado é extremamente importante para a retomada das aulas. Vemos que não será necessário vacinar as crianças para poder retomar as atividades escolares.” (Da Redação com Estadão Conteúdo)