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Murillo fala sobre negociação por vacinas
O gerente-geral da Pfizer na América Latina e ex-presidente da empresa no Brasil, Carlos Murillo, disse ontem (13) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado que a farmacêutica norte-americana fez várias ofertas de venda de vacina contra Covid-19 ao governo brasileiro. As primeiras negociações, explicou, foram iniciadas em março de 2020, mas o contrato com a farmacêutica foi concretizado pelo governo brasileiro em 21 de março de 2021, ou seja, um ano depois.
Aos senadores, Murillo ressaltou que o Brasil é o mercado mais importante da companhia na região da América Latina e detalhou o cronograma de vacinas sugerido para 2020 e 2021 ao país. Segundo ele, a primeira oferta de vacinas ao Brasil foi feita em 14 de agosto. Pela proposta -- que contemplava 30 milhões ou 70 milhões de doses do imunizante -- seriam distribuídas 500 mil em 2020 e o restante entre os quatro trimestres deste ano.
Já na segunda oferta, de 18 de agosto, o número de doses ofertadas para 2020 aumentou, seria um total de 1,5 milhão e o restante em 2021. Em 26 de agosto, ficou negociado que seriam 3 milhões para o primeiro trimestre deste ano, 14 milhões no segundo, 26,5 milhões no terceiro trimestre e 25 milhões de vacinas no quarto. Após esse contato da Pfizer, Murillo disse que o governo “não aceitou, tampouco rejeitou” a oferta feita pela empresa. Segundo ele, como a Pfizer estava em processo de tratativas com o governo, a proposta tinha validade de 15 dias.
Murillo destacou ainda que nesta semana a empresa deve fechar o segundo contrato com o governo brasileiro, para mais 100 milhões de doses. Nesse caso, a entrega está prevista para o quarto trimestre deste ano.
Ao destacar ontem as nove ofertas de doses da vacina encaminhadas pela Pfizer, Murillo disse que o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, Filipe Martins, e o ex-secretário de Comunicação Social da Presidência, Fábio Wajngarten, participaram de reunião, no ano passado, para tratar da compra de imunizantes.
Ao ser questionado pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), o executivo afirmou que, se o primeiro contrato com a Pfizer tivesse sido aceito, em agosto do ano passado, o País teria um total de 18 milhões de doses até junho, 4 milhões a mais do que o previsto no atual contrato.
Palhaçada
Em visita a Maceió (AL), ontem, Bolsonaro chamou Renan de “falastrão”. Na terra do senador, o presidente citou o depoimento de Murillo à CPI. ‘Acabou a palhaçada, acabou a narrativa sobre a compra ou não da vacina Pfizer no ano passado. Fechamos o contrato, há pouco com a Pfizer: em vez de ser o total de 70 milhões, fechamos em 100 milhões‘, afirmou. (Da Redação com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)