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Bolsonaro: 'CPI tá um vexame, só se fala em cloroquina'

Presidente ainda comentou sobre vacinação, indicação ao STF e voto auditável

10 de Maio de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Presidente Jair Bolsonaro.
Presidente Jair Bolsonaro. (Crédito: EVARISTO SA / AFP)

O presidente Jair Bolsonaro, na manhã de ontem (8), voltou a criticar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid e se referiu ao colegiado do Congresso como um “vexame”. A apoiadores, o presidente também defendeu o uso da cloroquina no tratamento contra o coronavírus e afirmou que irá fazer um vídeo nesta semana com seus ministros falando se tomaram ou não o medicamento, que não tem eficácia comprovada contra a doença.

“Continuo dizendo, só Deus me tira daquela cadeira. Não vai ser. . essa CPI tá um vexame, só se fala em cloroquina. Mas, o cara que é contra, não dá alternativa. Tenho certeza que alguém tomou hidroxicloroquina aqui. Alguém tomou?”, perguntou a um grupo de apoiadores que estavam no Palácio da Alvorada nessa manhã.

Em sua primeira semana de trabalho, os depoimentos prestados à CPI tiveram como foco o “tratamento precoce”, defendido por Jair Bolsonaro. Aos senadores, os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich relataram a pressão do chefe do Executivo para que o Ministério da Saúde defendesse o tratamento. Já o atual titular da pasta, Marcelo Queiroga, evitou se comprometer com a defesa pública que o presidente faz da cloroquina.

Na quinta-feira, 7, em transmissão semanal, Bolsonaro também reclamou que o colegiado “bateu muito” no ministro da Saúde. “Cloroquina, cloroquina, cloroquina, o tempo todo cloroquina. Ah, o presidente falou...”, analisou Bolsonaro.

Além das críticas, o presidente afirmou que, apesar de o governo ter minoria de representantes na CPI do Senado, pretende apurar de casos na cidade de Manaus onde, segundo ele, pessoas receberam doses quádruplas de cloroquina e vieram a óbito.

Vacinação, eleições e STF

O presidente também voltou a repetir que irá tomar a vacina após todos os brasileiros estarem imunizados e afirmou se tratar de um gesto de “altruísmo”. Em postagem no Twitter, após a conversa com apoiadores nesta manhã, Bolsonaro afirmou que o Ministério da Saúde enviou nova remessa com 3,9 milhões de doses da vacina Astrazeneca/Oxford para todos os Estados e Distrito Federal. Segundo ele, a partir de amanhã (10), mais de 1,1 milhão de doses do imunizante da Pfizer também começarão a ser enviadas para as capitais brasileiras.

O chefe do Executivo também voltou a criticar governadores e prefeitos por medidas de isolamento e distanciamento social e afirmou que o País sentiu efeitos da pandemia na economia. “Quem destruiu o emprego não fui eu. Foi o governador e prefeito que fecharam tudo, deixando bem claro isso aí”, afirmou. “Por mim, nada seria fechado, porque se não trabalhar, vai morrer de fome. Lamento as mortes, dificilmente alguém não tem parente, amigo que não morreu de Covid, ou de suspeita de Covid, porque tudo é suspeita de Covid”, disse.

Durante a conversa, o presidente também citou as eleições presidenciais de 2022 e disse que a população “tem que se preocupar com política”. O presidente ainda afirmou que deve indicar um representante “terrivelmente evangélico” para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele ressaltou que a indicação precisa do aval do Senado. (Da Redação com Estadão Conteúdo)