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Meio Ambiente

Desmatamento na Amazônia brasileira bate recorde em abril

A área desmatada é 42,5% maior que em abril de 2020

07 de Maio de 2021 às 15:47
AFP
Empresários dizem que governo assume compromissos. Crédito da foto: Wilson Dias / Agência Brasil
Empresários dizem que governo assume compromissos. Crédito da foto: Wilson Dias / Agência Brasil (Crédito: Empresários dizem que governo assume compromissos. Crédito da foto: Wilson Dias / Agência Brasil )

No total, 580,55 km2 foram desmatados na Amazônia brasileira em abril, nível recorde para o mês, de acordo com dados oficiais divulgados nesta sexta-feira(7), que desafiam as promessas do presidente Jair Bolsonaro de reduzir o desmatamento.

A área desmatada é 42,5% maior que em abril de 2020 (407,2 km2), segundo o sistema de observação por satélite Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que coleta dados desde 2015.

Já em março houve um nível de desmatamento superior ao de março de 2020, após dois meses de recuos no meio do período chuvoso, com menor atividade madeireira.

De janeiro a 29 de abril (dados mais recentes do Inpe), o corte de árvores para serrarias e atividades agrícolas atingiu 1.156,7 km2, uma queda de 3,9% em relação a 2020.

A estação seca, que começa em maio e atinge seu pico em julho e agosto, é a mais destrutiva.

No período de referência agosto-julho, foram registrados recordes sucessivos ao longo de três anos, com 9.216 km2 desmatados entre agosto de 2019 e julho de 2020 (+34% em relação aos 12 meses anteriores), segundo o Inpe.

"Neste momento, não é possível afirmar o que acontecerá, mas pode ser que, em 2021, ocorra uma inédita quarta alta consecutiva do desmatamento", alertou o Observatório do Clima, uma rede de 63 ONGs e movimentos sociais.

Bolsonaro, que desde que assumiu o poder em 2019 promoveu a abertura comercial da Amazônia e denunciou as ONGs ambientalistas como um "câncer", prometeu no mês passado "eliminar o desmatamento ilegal no Brasil até 2030", dez anos antes do inicialmente planejado.

O presidente de extrema direita, que nega a existência de mudanças climáticas causadas pela ação humana, fez essa promessa antes da Cúpula do Clima organizada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Um compromisso do qual as ONGs duvidam.

"Em 2021, não há nenhum esforço federal de controle do desmatamento. A fiscalização do Ibama está parada, devido a mudanças impostas por Ricardo Salles (ministro do Meio Ambiente) nos procedimentos de autuação", escreveu o Observatório do Clima.

A pressão sobre o Brasil aumentou nesta semana. Grandes supermercados e produtores de alimentos britânicos e da União Europeia ameaçaram boicotar os produtos brasileiros, devido a um projeto de lei que, segundo eles, levaria a mais desmatamento na Amazônia.

De acordo com um estudo publicado na semana passada pela revista Nature Climate Change, a Amazônia brasileira emitiu mais carbono na última década do que absorveu, em uma reversão sem precedentes de seu equilíbrio tradicional.

 

js/jc/tt