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Política

Queiroga: foram repassados a Estados e municípios R$ 1 bi para Covid

Sobre a forma que os recursos são gastos, Queiroga disse desconhecer quanto dos recursos é aplicado

06 de Maio de 2021 às 16:10
Estadão Conteúdo [email protected]
Marcelo Queiroga: informação sobre quantidade de doses contratadas foi passada de maneira "imprecisa"
Marcelo Queiroga: informação sobre quantidade de doses contratadas foi passada de maneira "imprecisa" (Crédito: Evaristo Sá/ AFP)

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que, do Orçamento para a pasta de R$ 144 bilhões para este ano, o ministério repassou R$ 32,8 bilhões a Estados e municípios. Desses, R$ 1 bilhão é destinado a ações de combate à Covid-19 como a habilitação de leitos e compra de ventiladores e medicamentos.

Sobre a forma que os recursos são gastos, Queiroga disse desconhecer quanto dos recursos é aplicada. "A bem da verdade, desde que eu assumi, tenho trabalhado muito e tenho buscado atender esta emergência sanitária. Estes outros aspectos mais detidos do Ministério ficam a cargo da secretaria executiva", respondeu Queiroga que se comprometeu a enviar os dados obtidos.

Reunião

O ministro também anunciou que deve se reunir na sexta-feira (7) com representantes chineses, em especial o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, a fim de tratar da disponibilização de insumos farmacêuticos ao País.

O anúncio acontece um dia após o presidente Jair Bolsonaro voltar a veicular teorias conspiratórias, entre elas, a de que o novo coronavírus havia sido concebido em laboratório como parte de uma guerra biológica. "Vamos continuar trabalhando para manter as boas relações que o Brasil tem com a China no que tange à questão da Saúde. Eu e o ministro das Relações Exteriores Carlos França estamos trabalhando juntos", disse Queiroga durante depoimento à CPI da Covid no Senado. "Estou com muitas esperanças de que consigamos ampliar ações com a China independente de quaisquer fatos", completou.

O senador Humberto Costa (PT-PE), quem perguntava ao depoente, ironizou o otimismo do ministro. "Eu imagino que ajudou muito a fala do presidente. O senhor vai chegar amanhã na Embaixada da China e vai ser recebido de braços abertos", afirmou.

Medicamentos sem eficácia comprovada

O depoimento do ministro da Saúde criou um clima tenso na CPI da Covid, diante da resistência do auxiliar de Bolsonaro em responder qual sua posição sobre o uso da cloroquina em pacientes da covid-19, medida defendida pelo presidente da República, mesmo sem eficácia comprovada do medicamento contra a doença.

O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), e o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), elevaram o tom e as cobranças para que Queiroga se manifestasse objetivamente sobre o tópico, enquanto que o ministro afirmou não ser esse o momento apropriado para dar sua opinião sobre o medicamento.

"Não faço juízo de valor acerca da opinião do presidente. É uma questão de natureza técnica. No começo, o uso compassivo (do remédio) foi feito em diversas instituições e já existem (estudos) controlados que mostram que naqueles pacientes mais graves esse medicamento não tem efeito; no intermediário, o medicamento não tem efeito", disse Queiroga, que, no entanto, foi interrompido por Renan, segundo quem o ministro não estava respondendo à sua pergunta.

"Política é a do governo federal"

Queiroga, disse ainda que a política a ser implementada contra o novo coronavírus no País é "a do governo federal, não do Ministério da Saúde". "Se o presidente da República pensar de forma diversa, ele é o presidente da República", afirmou durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado. "Fui nomeado pelo presidente da República e estou trabalhando conforme as orientações técnicas dia e noite", afirmou.

Conforme ressaltou, a política de combate ao vírus inclui a vacinação e o uso de medidas não farmacológicas, como o uso de máscaras e o distanciamento físico entre as pessoas. O ministro anunciou também que deverá fazer modificações à política de testagem para diagnóstico do vírus. "Vamos buscar testes mais modernos, com antígenos", afirmou. "Na nossa gestão não há política de distribuição de remédios sem eficácia comprovada", completou.