Sem dívidas
Fim e início de ano exigem controle rígido sobre as contas
Para ajudar nessa "missão quase impossível", a Serasa lançou uma tabela de planejamento financeiro, em formato de planilha digital
Todo ano é praticamente a mesma coisa: as despesas das famílias disparam no fim e no início do período, devido às compras de Natal, festas de Réveillon, férias, matrículas, IPVA, IPTU e matrículas, material e uniformes escolares, além de outras despesas. Mesmo para os funcionários com carteira assinada, nem sempre o 13º salário é suficiente para arcar com tantos gastos e a conta bancária vai parar no “vermelho”.
Segundo levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC/Brasil) divulgado em outubro, 66,56 milhões de brasileiros estão endividados ou com os nomes negativados. Por isso, as famílias precisam utilizar ferramentas e estratégias para colocar os gastos em dia e o rendimento mensal na ponta do lápis, além de evitar novos gastos.
Outra preocupação para os trabalhadores formais é que todo ano o reajuste salarial não acompanha a inflação, ao contrário das despesas, que muitas vezes sobem além, ou seja, deixando um prejuízo ainda maior para as famílias.
Para ajudar nesta “missão quase impossível”, a Serasa lançou uma tabela de planejamento financeiro, em formato de planilha digital. De fácil utilização, o documento on-line e gratuito ajuda os consumidores a entender para onde vai o dinheiro no dia a dia e as razões de ele “sumir” antes do final do mês.
Para acessar a tabela, basta baixar o documento no blog da Serasa (https://www.serasa.com.br/blog/tabela-financeira/). A tabela financeira é compartilhada como um documento do Google e o interessado precisa abrir ou “logar” em sua conta pessoal. Para usar a planilha em formato de Excel, basta clicar em “Arquivo” e copiar a tabela para uma pasta própria do usuário.
Depois disso, é só começar a produzir uma planilha personalizada a partir das seguintes informações sobre orçamento e finanças: quanto ganho por mês (juntando todas as minhas receitas); quanto deveria gastar por mês; quanto gastei no mês passado; quanto vou conseguir guardar até o fim do ano; e minhas principais metas financeiras.
“Manter os gastos registrados é o primeiro passo para evitar dívidas e fazer planejamento de médio e longo prazo para a vida financeira”, explica Clara Aguiar, especialista em educação financeira da Serasa. A fim de facilitar o controle do dinheiro na planilha, Clara sugere que o consumidor crie uma aba para cada mês, permitindo fazer comparações e acompanhar a média dos gastos.
“É muito importante ser transparente consigo mesmo, preenchendo as informações de forma absolutamente fidedignas para que os cálculos automáticos estejam de acordo com a realidade”, observa Clara. “Manter esses registros com disciplina é o primeiro passo para realizar planos e sonhos em 2024”, destaca.
Dívidas e gastos
Além do planejamento financeiro mensal, as famílias também podem usar outras estratégias para tentar equilibrar as contas, como negociar dívidas e ter cautela nos gastos. Tais ações contribuem para equilibrar as finanças para o ano que se inicia. Além disso, a especialista cita dicas para sair do endividamento, poupar, investir e realizar sonhos.
Para o analista de Produtos de Renda Fixa do Banco Mercantil, Daniel Oliveira, sair do endividamento, limpar o nome e tirar os projetos do papel dependem de educação financeira. “Todos devem priorizar uma administração eficiente e sustentável de suas finanças. A ideia é que as pessoas estabeleçam um padrão de vida que esteja alinhado à sua realidade e orçamento”, observa.
Segundo ele, o primeiro passo para quem busca se educar financeiramente é mapear todas as fontes de receitas e despesas, como salário, aluguel, alimentação, escola, água, luz, impostos, entre outros. “O passo seguinte é fazer anotações diárias sobre todas as entradas e saídas. Além de garantir maior controle, essa prática contribui para um diagnóstico mais preciso da situação. Isso ajuda a perceber quais são os pontos fracos e fortes das finanças, reorganizar gastos e cortar despesas desnecessárias”, orienta.
Na dúvida, seguem algumas dicas para, pelo menos, tentar reorganizar as finanças: elimine as dívidas mais caras; após o levantamento de suas dívidas, priorize a negociação daquelas com juros mais altos e com maior potencial de se tornar uma “bola de neve”; negocie com credores e faça uma proposta de negociação para quitar os débitos; pesquise antes de comprar e reduza o impulso por compras desnecessárias; busque uma renda extra; e priorize o uso do cartão de crédito com inteligência e racionalidade. (Ana Claudia Martins)
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