Investigação
Família denuncia morte de bebê após ser atendida 4 vezes por médicos
Mãe abre boletim de ocorrência para que o caso seja investigado
Uma bebê de 4 meses morreu após uma suposta negligência médica em um hospital particular de Sorocaba, no sábado (5). A família, moradora de Votorantim, registrou um boletim de ocorrência para que o caso seja investigado.
Segundo a mãe da vítima, Joellim Cristina Aoki Maruci, de 25 anos, a bebê de quatro meses havia tomado as vacinas recomendadas cinco dias antes do falecimento. Conforme relatado, após a aplicação, começaram a surgir reações. Diante de episódios de vômitos, a família levou a menina ao pronto-socorro do convênio na madrugada do dia 1º de julho, por volta das 3h. A médica responsável associou os sintomas à vacina e prescreveu um medicamento intramuscular para interromper os vômitos, liberando a criança logo em seguida.
Ainda de acordo com Joellim, o quadro da filha piorou nos dias seguintes, com perda de apetite e gemidos constantes. "Retornamos ao pronto-socorro do convênio na quarta-feira (2), por volta das 18h. Lá, foi feita a medição da glicemia e prescrito soro. No entanto, a médica insistiu que eu tentasse dar leite para ela. Como conseguiu mamar um pouco, o soro foi recusado, e a profissional afirmou que os gemidos seriam por fome, liberando novamente a alta."
Dois dias depois, na sexta-feira (4), ao perceber que os sintomas persistiam, a mãe voltou com a filha ao pronto atendimento particular. Ela apresentou vídeos mostrando a criança gemendo e com dificuldade para respirar. A médica realizou um exame físico e informou que estava tudo bem, apontando que os sintomas poderiam indicar o início de uma gripe. Foram prescritos paracetamol e inalação em casa. Ainda segundo Joellim, a profissional reforçou que a falta de apetite e os gemidos seriam reações da vacina, agravadas pela suposta gripe, e mais uma vez deu alta.
No sábado (5), diante da ausência de melhora, os pais procuraram atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Votorantim. Exames foram realizados para investigar a origem dos sintomas. Os resultados apontaram que a bebê já estava desidratada e em choque por conta disso. Segundo a mãe, foi tentada a aplicação de soro para estabilizar o quadro, mas a criança sofreu uma parada cardíaca e não resistiu.
Convênio médico
Questionado sobre os atendimentos prestados, o convênio médico responsável lamentou o ocorrido e declarou, em nota, que “reitera seu compromisso com a responsabilidade, a ética e a qualidade da assistência prestada. A paciente foi atendida de acordo com o quadro clínico apresentado durante as passagens pelo pronto-socorro. Recebeu avaliação médica e medicação conforme os protocolos clínicos estabelecidos para sua faixa etária. Tanto o exame físico quanto os sinais vitais estavam dentro dos parâmetros normais em todas as ocasiões. A atuação da equipe médica e de enfermagem seguiu critérios de segurança, cuidado e conduta técnica adequada à situação apresentada.”
Ainda em nota, o convênio informou que está oferecendo acolhimento à família e permanece à disposição para prestar todo o suporte necessário, bem como para esclarecer quaisquer dúvidas relacionadas aos atendimentos realizados. A instituição também afirmou que segue acompanhando o caso com atenção e respeito.
Polícia Civil
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, o caso é investigado pela Delegacia de Votorantim. E o corpo da vítima foi encaminhado ao Serviço de Verificação ao Óbito (SVO) para a realização de exames.
A autoridade policial aguarda o resultado do laudo que, ao ser finalizado, ajudará a esclarecer os fatos.