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Vacina russa Sputnik V apresenta eficácia de 91,6%, diz estudo

02 de Fevereiro de 2021 às 14:04

Segundo o estudo, a vacina Sputnik V alcançou eficácia de 91,6% e não causou efeitos colaterais graves. Crédito da foto: Casa Rosada

A vacina Sputnik V da Rússia mostrou altos níveis de eficácia e segurança em um estudo revisado por pares divulgado nesta terça-feira (2). Segundo a pesquisa publicada na revista médica Lancet, a aplicação de duas doses do imunizante se provou 91,6% eficaz na prevenção do coronavírus. Não houve efeitos colaterais graves.

O produto, aprovado pelas autoridades russas em agosto antes de passar por testes clínicos em grande escala, gerou dúvidas devido ao seu desenvolvimento acelerado e à falta de dados de testes publicados. Até agora, a Sputnik V foi aplicada em mais de dois milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo na Argentina, Sérvia e Argélia, de acordo com autoridades russas.

"O desenvolvimento da vacina Sputnik V foi criticado pela pressa inadequada, pelo corte de etapas e pela ausência de transparência", escreveram os professores de virologia Ian Jones da University de Reading e Polly Roy da London School of Hygiene & Tropical Medicine na Lancet. "Mas o resultado relatado aqui é claro e o princípio científico da vacinação foi demonstrado, o que significa que outra vacina pode agora se juntar à luta para reduzir a incidência de Covid-19."

Os resultados foram baseados em uma análise provisória de um ensaio de Fase 3 com quase 20 mil participantes, três quartos dos quais receberam a vacina, enquanto o restante recebeu um placebo. A análise foi baseada em um total de 78 casos confirmados de Covid-19, 62 dos quais foram identificados no grupo do placebo e 16 no grupo da vacina. O ensaio clínico, totalizando 40 mil voluntários, está em andamento.

Entre os idosos, a vacina foi bem tolerada e demonstrou eficácia de 91,8%, com base em um grupo de 2.144 voluntários com mais de 60 anos, disse a Lancet. O estudo não abordou a questão das novas variantes do Sars-Cov-2.

Como outras vacinas, incluindo as desenvolvidas pela Johnson & Johnson e AstraZeneca com a Universidade de Oxford, a Sputnik V usa uma chamada abordagem de vetor viral. Ele introduz uma forma geneticamente alterada de um vírus inofensivo, conhecido como adenovírus, para servir como um veículo - ou vetor - para um fragmento de material genético do coronavírus.

Cerca de 15 países fora da Rússia já autorizaram o uso da Sputnik V, e Moscou recebeu pedidos ou manifestações de interesse por 2,4 bilhões de doses, incluindo do Brasil, México e Índia. Em uma tentativa de acelerar o lançamento global, a Rússia também oferecerá uma vacina de dose única, batizada de Sputnik Light, que as autoridades russas dizem ter uma eficácia entre 73% e 85%. (Dow Jones Newswires/ Estadão Conteúdo)