UE apresenta plano para a retomada econômica do bloco
O incentivo ao turismo é uma das medidas para a retomada econômica. Crédito da foto: Alberto Pizzoli / AFP
A União Europeia apresentou ontem um plano de 750 bilhões de euros contra o impacto do novo coronavírus, que deixou mais de 350 mil mortos no mundo e continua avançando na América Latina, especialmente no Brasil.
O plano europeu segue outras medidas de emergência aprovadas em todo o mundo para resgatar as economias, fortemente atingidas pela pandemia de Covid-19, que infectou mais de 5,6 milhões de pessoas.
Com a economia mundial paralisada, os estragos do coronavírus em nível socioeconômico são devastadores. Nesta quarta-feira, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estimou que um em cada seis jovens está sem trabalho devido à pandemia.
Neste contexto, a Comissão Europeia apresentou um plano de 750 bilhões de euros (825 bilhões de dólares) ao Parlamento Europeu e aos Estados-membros do bloco para ajudar os países a enfrentarem a crise econômica provocada pela pandemia e com uma combinação de empréstimos e ajuda.
“É o momento da Europa”, declarou a presidente da Comissão Europeia, Ursula van der Leyen, em um chamado à solidariedade. “O custo da inação nesta crise será muito maior para nós”, advertiu.
Prevê-se que o plano dará lugar a árduas negociações, pois os países estão divididos entre os que querem que se faça na forma de empréstimos reembolsáveis e os que querem que seja na forma de ajudas diretas para não aumentar suas dívidas.
Vulneráveis
A crise de saúde agravou a situação dos mais vulneráveis. De acordo com a Ong Oxfam, a pandemia pode levar 500 milhões de pessoas à pobreza. Na Espanha, a crise impactou uma economia que já registrava a segunda maior taxa de desemprego da Eurozona, atrás apenas da Grécia, e levou muitas pessoas a pedirem comida pela primeira vez na vida.
“Cubro o rosto porque sinto muita vergonha, eu nunca pedi na vida”, disse Jacqueline Álvarez, de 42 anos, enquanto segurava em uma das mãos uma bolsa cheia com doações no bairro humilde de Aluche, em Madri. O país, que iniciou ontem um luto nacional de 10 dias em memória dos mais de 27 mil mortos de Covid-19, avança na flexibilização do confinamento.
Turismo
Muitos países querem reativar o turismo, setor-chave em muitas economias e totalmente paralisado com a pandemia. Neste sentido, a Itália pede uma retomada coordenada dos deslocamentos na Europa a partir de 15 de junho, que poderia virar o Dia D” do turismo, declarou seu ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio.
No Chipre, as praias foram reabertas, mas com espreguiçadeiras e guarda-sóis separados, e o governo se disse disposto a pagar as despesas médicas de qualquer visitante que se contamine com o novo coronavírus durante sua estada.
Mais ao norte, na Rússia, o governo anunciou que o país superou o pico da epidemia e anunciou que o confinamento começará a ser flexibilizado a partir de 1º de junho em Moscou. (AFP)