Trump defende rebelião contra confinamento
Presidente dos EUA também acusou a China de ocultar gravidade da pandemia. Crédito da foto: Jim Watson / AFP
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu a rebelião contra o confinamento, apesar de seu país ter virado o principal foco do coronavírus, com quase 25% das mais de 154 mil mortes provocadas pela doença até ontem no mundo.
Enquanto 4,5 bilhões de pessoas, mais da metade da população mundial, estão confinadas em suas casas, nos Estados Unidos manifestantes pretendem desafiar as autoridades em estados governados por democratas e que adotaram medidas de isolamento.
“Libertem Minnesota!”, “Libertem Michigan!”, “Libertem a Viginia!”, tuitou Trump, estimulando as pessoas a não cumprir o confinamento. Trump também tem insistido nos ataques à China, que acusa de “ocultar” a gravidade da pandemia.
O presidente francês Emmanuel Macron e o chefe da diplomacia britânica, Dominic Raab, também questionaram a transparência de Pequim.
Praticamente não há país ou território no planeta que não tenha sido afetado pelo coronavírus, que já infectou mais de 2,2 milhões de pessoas, com mais de 154 mil óbitos, desde que foi detectado na China no fim de 2019.
A Europa registra metade dos contágios (1,11 milhão de casos confirmados) e quase dois terços dos falecidos (98 mil), de acordo com o balanço da AFP atualizado na manhã de ontem. A Itália registra quase 23 mil mortes, a Espanha mais de 20 mil, a França mais de 19 mil e o Reino Unido mais de 15 mil.
Mas o território dos Estados Unidos é o mais afetado pelo vírus, com mais de 706 mil contágios e 37.079 mortos. Na América Latina o número de vítimas fatais supera 4 mil e a África registra mais de 1 mil.
Pressão
Ao defender a pressão pelo fim do confinamento, Trump chegou a mencionar o direito dos americanos de portar armas.
Os grupos que estimulam os protestos denunciam o que consideram uma interferência excessiva dos governadores, que ordenaram a interrupção temporária da venda de armas e munições nestes estados.
O governador democrata do estado de Washington, Jay Inslee, afirmou no Twitter que Trump “coloca milhões de pessoas em risco de infecção da Covid-19. Seus ataques desequilibrados e seus apelos para ‘libertar’ os estados também podem levar à violência”.
Sem considerar a pressão de Trump, vários governos enfrentam o dilema de quando e como acabar com o confinamento.
Após semanas devastadoras, os sinais de desaceleração da epidemia na Europa, apesar do aumento diário ainda expressivo do número de mortos, levaram alguns países a pensar em como suspender o confinamento. (AFP)