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Socialistas vencem na Espanha e ultradireita elege deputados pela 1ª vez

28 de Abril de 2019 às 21:52

Partido do atual primeiro-ministro Pedro Sánchez venceu, mas terá de formar coalizão com partidos de esquerda para governar. Crédito da Foto: Arquivo/AFP

O Partido Socialista (PSOE), do atual primeiro-ministro Pedro Sánchez, venceu neste domingo (28) as eleições espanholas, mas terá de formar uma coalizão com partidos de esquerda para governar. A novidade das urnas foi o Vox, legenda de ultradireita, que elegeu 24 deputados. Assim, os extremistas terão representantes no Parlamento pela primeira vez.

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O PSOE conquistou 123 cadeiras (de um total de 350) no Parlamento. O Podemos, de Pablo Iglesias, também de esquerda, obteve a 42 e deve ser um aliado natural do premiê. Juntos, eles têm 165 deputados e precisariam ainda do apoio de partidos menores para chegar à maioria de 176.

O bloco de esquerda recebeu mais votos que o de direita. Entre os conservadores, o tradicional Partido Popular (PP), de líderes históricos como José María Aznar e Mariano Rajoy, fez 66 deputados - o pior desempenho desde a redemocratização.

As outras legendas conservadoras que entraram no Parlamento foram o Ciudadanos, com 57 deputados, e os extremistas do Vox, que elegeram 24 parlamentares - os três partidos somados têm 147 cadeiras. Na noite de ontem (fim de tarde no Brasil), centenas de militantes do PSOE já se aglomeravam em frente à sede do partido, na Rua Ferraz, no centro de Madri, para celebrar a vitória. O clima no local era de festa. "É o começo de uma nova Espanha. Apesar de dependermos de uma negociação para sermos maioria, precisamos comemorar", disse o jovem Rafael Herrera, de 23 anos.

Em meio a um mar de bandeiras vermelhas, Sánchez falou à multidão. "Não importa o que aconteça, o Partido Socialista ganhou. Isso mostra que temos uma democracia sólida e de qualidade. Vamos governar a Espanha, avançar na política social e acabar com a desigualdade. Hoje, ganhou o futuro e perdeu o passado", afirmou.

O PSOE foi o partido mais votado na maioria das regiões da Espanha e em todas as comunidades autônomas. A legenda só não venceu em quatro lugares: Catalunha, País Basco, Navarra e a cidade de Melilla.

Quem também comemorou ontem foi a extrema direita, que voltou ao Parlamento após 36 anos. O Vox, liderado por Santiago Abascal, foi o quinto partido mais votado. Nas celebrações, o secretário-geral, Javier Ortega, adotou um tom desafiador. "A resistência já está dentro do Congresso e não vamos mais parar. É só o começo", disse.

Abascal também agradeceu a votação histórica da ultradireita espanhola. "Vamos caminhar juntos, não só pelo Vox, mas por todo o país. Agora, temos voz no Congresso. Uma voz que antes não existia. Seremos resistência." (João Paulo Carvalho, especial para o Estado)