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Senado dos EUA aprova plano de resgate econômico

06 de Março de 2021 às 18:25

Joe Biden comemora a aprovação do Senado durante discurso na Casa Branca. Crédito da foto: Samuel Corum / Getty Images / AFP (6/3/2021)

Depois de horas de debates, negociações e uma maratona de votação, o Senado dos Estados Unidos aprovou, neste sábado (6), o plano de 1,9 trilhão de dólares promovido pelo presidente Joe Biden para reativar a primeira economia mundial, duramente afetada pelo coronavírus.

O projeto foi aprovado com os votos dos senadores democratas, por 50 a 49.

O líder da maioria democrata na Câmara dos Deputados, Steny Hoyer, indicou que o texto será examinado pela Câmara na terça-feira, antes da votação final. Na maior parte, os democratas devem obter rapidamente sua aprovação para que Biden possa sancioná-lo antes do dia 14 de março, data em que terminam os auxílios do pacote de ajuda anterior.

Biden comemora

O próprio presidente comemorou a aprovação no Senado desse plano do qual o país "precisa desesperadamente", segundo ele, para sair da crise provocada pela pandemia.

"Demos um passo gigantesco" para ajudar os americanos, afirmou o chefe de Estado da Casa Branca, que fez desse grande pacote de estímulo econômico uma de suas promessas de campanha.

"Esta lei fornecerá mais ajuda a mais pessoas do que qualquer coisa que o governo federal tenha feito em décadas", disse, por sua vez, o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, pouco antes da votação final.

Nunca antes o Congresso gastou tanto dinheiro "de forma tão inconsistente ou após um processo tão flexível", reagiu o líder da minoria republicana, Mitch McConnell.

Cheques de US$ 1.400

O pacote de ajuda de Biden fornece, entre outros, cheques de US$ 1.400 para milhões de americanos e US$ 350.000 milhões em ajudas a estados e municípios.

Bilhões também irão para o combate à pandemia, incluindo US$ 49 bilhões para promover diagnósticos e encorajar pesquisas, e mais de US$ 14 bilhões para aumentar o ritmo de vacinação.

O exame do texto havia começado pela leitura, forçada por um republicano, das 628 páginas do projeto de lei por quase 11 horas, até a madrugada de quinta para sexta-feira.

Os debates tinham sido paralisados durante mais de nove horas na sexta-feira devido à oposição de um senador democrata moderado a um dispositivo sobre as prestações do seguro-desemprego, apesar do apoio público da Casa Branca.

Foi só após um telefonema de Joe Biden para que fizesse concessões que este senador, Joe Manchin, finalmente acabou apoiando uma nova emenda, que prevê a prorrogação dos benefícios de US$ 300 por semana até o início de setembro, em vez de até o final conforme previsto inicialmente.

Com seus 50 senadores, contra 50 republicanos, os democratas podem contar com o voto da vice-presidente Kamala Harris em caso de igualdade no Senado, mas não podem se dar ao luxo de nenhuma deserção.

Os republicanos se opuseram em massa a este plano de estímulo que consideram muito caro e com um foco ruim. Um de seus legisladores estava ausente no sábado.

'Miniboom econômico'

Na sexta-feira, Biden insistiu na urgência de sua aprovação, moderando o entusiasmo gerado pelos bons resultados nos números do emprego.

É um "dispositivo absolutamente essencial para reverter a situação, levar as crianças de volta à escola em total segurança, fornecer uma tábua de salvação para as pequenas empresas e derrotar a Covid-19", disse Biden.

Em fevereiro, foram criados 379 mil empregos e a taxa de desemprego caiu ligeiramente para 6,2%.

Mas, "nesse ritmo, levará dois anos" para retornar ao nível pré-pandêmico, advertiu o presidente.

No momento, 18 milhões de americanos recebem algum benefício depois de perder o emprego ou grande parte de sua renda mensal.

As novas contratações em fevereiro foram registradas principalmente em bares e restaurantes, duramente atingidos pelas restrições implementadas na pandemia.

Outras atividades relacionadas ao lazer e hospedagem, bem como serviços de saúde, vendas no varejo e indústria de transformação também registraram novas contratações no mês passado.

Esses números sugerem que o pior da crise já passou e que os empresários parecem estar focados no "miniboom" econômico que está previsto para a primavera boreal.

Vacinação

A campanha de vacinação está avançando e uma ajuda pública massiva - além de gastos em queda - injeta dinheiro nas contas bancárias dos americanos, o que aponta para um aumento significativo no consumo.

De acordo com Biden, os números positivos do emprego são certamente o produto do plano de incentivo de US$ 900 bilhões aprovado no final de dezembro e implementado por seu antecessor Donald Trump.

Mas sem novas ajudas "tudo voltará a desacelerar", disse o presidente. "Você não pode dar um passo para frente e dois para trás", acrescentou.

Seu plano de 1,9 trilhão é o terceiro pacote de ajuda excepcional aprovado pelo Congresso desde o início da pandemia. (AFP)