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Rumo aos EUA, hondurenhos continuam viagem pelo México

22 de Outubro de 2018 às 08:23

hondurenhos Quase 3 mil migrantes sem documentos chegaram no domingo a Tapachula - Foto: Pedro Pardo/AFP

Depois de passar a segunda noite em território mexicano, milhares de hondurenhos sem documentos se preparam nesta segunda-feira (22) para continuar sua viagem rumo aos Estados Unidos, apesar do temor de detenção e deportação a qualquer momento ou de sequestro por narcotraficantes.

"Sabemos bem que este país não nos recebe como esperávamos e que podem nos devolver a Honduras. Também sabemos que há narcotraficantes que sequestram e matam os migrantes", disse Juan Carlos Flores, 47 anos. "Mas vivemos com mais medo em nosso país, então seguimos adiante", completou.

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Em Honduras, país afetado pela violência e altos índices de pobreza, "a vida não vale nada, se você deseja continuar vivo tem que andar atento o tempo todo. Sabemos nos cuidar", explica.

Quase 3 mil migrantes sem documentos chegaram no domingo a Tapachula (Chiapas) depois de uma caminhada de mais de sete horas a partir de Ciudad Hidalgo, na fronteira entre México e Guatemala. Em poucos minutos, os integrantes do grupo caíram exaustos na praça principal da cidade.

Sua intenção original era entrar no país através da ponte internacional, passagem oficial entre Guatemala e México. Mas o governo mexicano fechou a fronteira na sexta-feira (19), ante a expectativa da chegada dos hondurenhos. Muitos como Flores desistiram de pedir refúgio ou visto humanitário e optaram por cruzar o rio Suchiate a nado ou em balsa precárias.

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Pouco mais de 700 que entraram legalmente, segundo as autoridades mexicadas, estão em abrigos do governo que muitos migrantes evitam pelo medo de deportação. Os hondurenhos partirão nesta segunda-feira para Huixtla, outra cidade de Chiapas, onde pretendem recuperar forças antes de seguir até Tijuana ou Mexicali, próximas dos Estados Unidos, seu destino final a mais de 3 mil quilômetros de distância.

O presidente Donald Trump advertiu que "todos os esforços" estão sendo feitos para "deter o ataque" de migrantes na fronteira sul dos Estados Unidos. "Primeiramente, estas pessoas têm que solicitar asilo no México. Caso não o façam, os Estados Unidos irão recusá-las", escreveu no Twitter.

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Mas uma segunda caravana de quase mil hondurenhos iniciou no domingo (21) a travessia a pé a partir da Guatemala para chegar à fronteira com o México, na viagem rumo aos Estados Unidos. O trajeto pelo México pode durar um mês. A atual caravana percorreu mais de 700 km a partir da cidade hondurenha de San Pedro Sula, de onde o grupo inicial partiu em 13 de outubro, incluindo muitas mulheres e crianças.

Policiais mexicanos interceptaram migrantes para "convidá-los" a abrigos, onde solicitariam refúgio ou visto. Muitos recusaram a oferta pelo temor de uma armadilha para seu repatriamento. Sem documentos, os migrantes ficam na clandestinidade ao longo de milhares de quilômetros e à mercê da ação de traficantes de pessoas ou drogas. (Jennifer Gonzalez Covarrubias - AFP)

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