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Papa Francisco está resfriado e não tem novo coronavírus

03 de Março de 2020 às 19:02

Papa Francisco está resfriado e não tem novo coronavírus O Papa Francisco acena para os fiéis enquanto faz a oração do Angelus em sua janela com vista para a Praça de São Pedro, no Vaticano. Crédito da foto: Filippo Monteforte / AFP (1/3/2020)

O Vaticano confirmou nesta terça-feira (03) que o papa Francisco está resfriado. Portanto, indiretamente, foram descartadas outras patologias, como uma possível infecção por coronavírus.

Em uma pequena nota, o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, afirmou que “o resfriado diagnosticado do santo papa nos últimos dias continua, sem sintomas relacionados a outras patologias”. Francisco, que cancelou a participação em um retiro espiritual fora de Roma por um resfriado, apresentou resultado negativo em um exame para detectar uma possível infecção com o novo coronavírus.

Já o Vaticano reforçou seus controles. “Não há evidências que nos levem a diagnosticar outra coisa senão uma leve indisposição”, disse o porta-voz do Vaticano Matteo Bruni à AFP, em resposta a inúmeras perguntas da imprensa em meio à epidemia de coronavírus.

O papa anunciou no domingo (1) que não participaria de um retiro espiritual de seis dias com a Cúria em Ariccia, sul de Roma, devido a um "resfriado". Ele explicou que faria os “exercícios espirituais” de sua residência na Cidade do Vaticano.

A renúncia gerou preocupações por causa da rápida propagação do novo coronavírus na Itália, onde já foram registrados 79 mortos, quase todos idosos ou com doenças graves, além dos 2.502 infectados.

Casos na Itália

A Itália registrou 52 mortes e mais de 2 mil casos de contágio, cerca de metade dos quais sem sintomas ou doença. No entanto, o papa Francisco “realizará diariamente a santa missa e segue os exercícios espirituais” que ocorrem fora de Roma.

Durante a oração do Angelus e dirigindo-se aos fiéis no domingo, o papa de 83 anos teve que parar duas vezes devido a acessos de tosse. “Infelizmente, um resfriado me obriga a não participar neste ano” desse retiro da quaresma, declarou Sua Santidade após a oração.

Depois da audiência geral celebrada ao ar livre na última quarta-feira, ele cancelou suas audiências públicas agendadas para quinta e sexta-feira. Agora tem realizado apenas reuniões privadas.

O papa continuou, no entanto, realizando as missas matinais e recebendo os visitantes oficiais, entre eles o chefe da Igreja grega-católica da Ucrânia, Sviatoslav Shevchuk, com quem se reuniu no último sábado.

O Vaticano se blinda

Segundo um jornal romano, o Vaticano se blindou para evitar a propagação do vírus. Dentro do pequeno Estado, onde também vive o papa emérito Bento XVI, de 92 anos, os controles foram reforçados.

Os funcionários que trabalham em contato com os turistas deverão usar máscaras e luvas, de acordo com o jornal Messaggero. Os guardas suíços e a gendarmaria do Vaticano, que monitoram as entradas a pé ou de carro, reforçaram os controles nos cinco acessos à Santa Sé, escreveu o jornal La Stampa.

A maior preocupação é com o papa anterior, Bento XVI, que tem a saúde muito frágil e está prestes a completar 93 anos, enquanto mora em um monastério em frente aos jardins do Vaticano. “As visitas foram reduzidas e os controles intensificados”, afirmou o jornal.

O escritório de um padre francês que trabalha no dicastério da Comunicação do Vaticano também foi desinfetado nesta segunda-feira, após a quarentena de sua comunidade de vinte padres da igreja de Saint-Louis-des-Français.

Todos os padres de Saint-Louis, incluindo o membro do dicastério, foram confinados por precaução, depois de terem entrado em contato com um pároco que retornou a Paris em meados de fevereiro e depois testou positivo para o coronavírus.

As informações sobre o dicastério da Comunicação apareceram em uma carta interna, que vazou para a imprensa. "Nosso colega está bem e não apresenta sintomas", afirmou o texto.

Menos turistas, eventos adiados

Os museus do Vaticano, entre os mais visitados do mundo com uma média de seis milhões de turistas ao ano, registrou uma queda de até 60% de visitação, segundo "Il Messaggero".

Um encontro mundial com dois mil jovens de 115 países, programado para o final de março em Assis, na Itália, com objetivo de combater a desigualdade dos modelos econômicos e que o papa se fará presente, foi adiado para novembro devido as dificuldades para viajar para o país por causa da epidemia.

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A chamada "Cúpula Mundial para a Educação", proposta para maio, será também adiada para outubro. Nesta terça-feira, o Vaticano enviou, como de costume, os formulários de credenciamento de imprensa para os eventos dos próximos dias, incluindo o Angelus no próximo domingo, onde a presença papal é anunciada.

A Santa Sé também transmitiu uma mensagem de vídeo, pré-gravada em data não revelada - provavelmente há vários meses -, na qual Francisco recorda o conteúdo de sua encíclica "Laudato Si", sobre a preservação do planeta e de seus habitantes: "Renovo meu apelo urgente para responder à crise ecológica", declara o papa. (AFP)