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ONU prevê aumento de pobres na América Latina

10 de Julho de 2020 às 00:01

ONU prevê aumento de pobres na América Latina A pandemia afetará as populações mais vulneráveis. Crédito da foto: Carlos Mamani / AFP

Cerca de 45 milhões de pessoas cairão da classe média para a pobreza na América Latina e no Caribe, a região mais desigual do mundo, devido à pandemia de coronavírus, alertou o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, nesta quinta-feira.

‘Em um contexto em que já existem grandes desigualdades, altos níveis de trabalho informal e serviços de saúde fragmentados, as populações e pessoas mais vulneráveis são mais uma vez as mais afetadas‘, disse Guterres em uma mensagem de vídeo, transmitindo um relatório detalhando dos efeitos devastadores do vírus na região.

Epicentro da pandemia, a América Latina e o Caribe já registram mais de três milhões de casos confirmados e mais de 140.000 mortes, principalmente no Brasil, no México, no Peru e no Chile. A ONU estima que a queda do PIB regional este ano será de 9,1%, a maior em um século.

A organização prevê que, após a pandemia, a taxa de pobreza aumentará 7% em 2020, um aumento de 45 milhões de pessoas, com o qual o número total de pobreza e extrema pobreza na região aumentará para 230 milhões (37,2% da população). A ONU estima também que a pobreza extrema crescerá 4,5%, cerca de 28 milhões de pessoas, para afetar um total de 96 milhões (15,5% da população) que estão ‘em risco de fome‘, disse Alicia Bárcena, da Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (Cepal).

A pobreza cresce, em parte, devido à aguda crise econômica causada pelo aumento do desemprego como resultado da desaceleração da economia devido à Covid-19. Cerca de 80% da população da região vive em cidades, milhões delas superlotadas, sem acesso a água potável e serviços de saúde.

A ONU acredita que o desemprego aumentará de 8,1% no ano passado para 13,5%, o que significaria que a região teria mais de 44 milhões de desempregados este ano, cerca de 18 milhões a mais que em 2019.

Mulheres, indígenas, negros, imigrantes e refugiados são desproporcionalmente afetados pela pandemia, segundo a ONU. (AFP)