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OMS não encontra provas da origem do vírus em Wuhan

10 de Fevereiro de 2021 às 00:01

OMS não encontra provas da origem do vírus em Wuhan Liang Wannian e Peter Ben Embarek na coletiva em Wuhan. Crédito da foto: Hector Retamal / AFP

Várias hipóteses, mas nenhuma certeza. Especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) em missão na China anunciaram nesta terça-feira (9) que não encontraram evidências conclusivas da origem de uma pandemia que continua causando estragos no mundo e novas restrições.

Prevenir novas epidemias semelhantes era o objetivo da missão da OMS na China para desvendar a origem do novo coronavírus, mas, além de excluir quase completamente que o vírus escapou de um laboratório de Wuhan, não identificou o animal que poderia transmiti-lo ao homem.

Uma transmissão do coronavírus de um animal para outro e depois ao ser humano é a hipótese “mais provável”, afirmou em coletiva de imprensa Peter Ben Embarek, coordenador da delegação. Porém, serão necessárias “investigações mais específicas”.

O especialista também apontou uma possível transmissão por meio do comércio de produtos congelados. “Seria interessante examinar se um animal selvagem congelado que foi infectado poderia ter sido o vetor em potencial”, disse.

A transmissão por um animal é provável, mas “ainda não foi identificada”, disse Liang Wannian, chefe da equipe de cientistas chineses que trabalharam com a OMS em Wuhan, onde os primeiros casos foram registrados.

A missão da OMS teve dificuldades para acontecer porque a China relutou em permitir a entrada no país de especialistas internacionais de diferentes áreas, que incluíram, entre outras, epidemiologia e zoologia. A OMS já havia alertado que seria necessário ter muita paciência para encontrar respostas.

Ao mesmo tempo, a esperança está nas vacinas. Mais de 135 milhões de doses foram aplicadas em todo o mundo, segundo um balanço atualizado da AFP nesta terça-feira (9), com base em fontes oficiais.

Polêmica

A missão da OMS termina em meio a uma polêmica sobre a eficácia da vacina da AstraZeneca para as pessoas com mais de 65 anos e contra a variante sul-africana do vírus.

A África do Sul, por exemplo, suspendeu o início de sua campanha de vacinação após um estudo que mostrou eficácia “limitada” da vacina da AstraZeneca contra a cepa local.

“É cedo demais para descartar esta vacina, que é uma parte importante da resposta global à atual pandemia”, alertou Richard Hatchett, um dos responsáveis pelo mecanismo da Covax para garantir uma distribuição justa da mídia contra a Covid-19.

Além da polêmica com a AstraZeneca, muitos países tentam acelerar as campanhas de vacinação e a aprovação de novos fármacos, enquanto continuam a aplicar restrições.

O Irã, país do Oriente Médio mais afetado pela pandemia, começou ontem a campanha de imunização com a vacina russa Sputnik V. (AFP)