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Nuvem de poeira do Saara atinge Cuba e afeta ar na Flórida

26 de Junho de 2020 às 00:01

Nuvem de poeira do Saara atinge Cuba e afeta ar na Flórida Poeira é prejudicial à saúde e mudou cenário em Havana ontem. Crédito da foto: Yamil Lage / AFP

A nuvem de poeira do deserto do Saara que atravessou o Oceano Atlântico e atingiu Cuba começou agora a afetar até a qualidade do ar na Flórida, nos Estados Unidos. Alguns especialistas chamam a intensa massa de ar muito seco com poeira do deserto africano de “nuvem de poeira Godzilla”. É um fenômeno que ocorre anualmente, mas parece ter se intensificado em 2020.

Impulsionado por ventos fortes, o pó do Saara viaja através do Oceano Atlântico do oeste da África durante a primavera no hemisfério norte. Nesta ocasião, a massa de ar seca e poeirenta percorreu 8 mil km até o Caribe e começou a encobrir desde o domingo, 21, San Juan, capital de Porto Rico, que parecia envolta em uma camada de neblina. Agora, um sistema de alta pressão empurra o pó saariano até a costa do Golfo da Flórida.

Em Miami, a qualidade do ar na quarta era considerada “moderada”, de acordo com o escritório de gestão de recursos ambientais e a secretaria de Saúde da cidade. As autoridades pediram que pessoas com problemas respiratórios permanecessem em casa.

A qualidade do ar em Cuba também piorou ontem, e a nuvem deveria continuar sobre a ilha até hoje.

O fenômeno causa uma deterioração considerável na qualidade do ar, segundo relatou o cientista Eugenio Mojena. Ele explica que as nuvens de poeira são carregadas com material altamente prejudicial à saúde humana como “ferro, cálcio, fósforo, silício e mercúrio”, além de “vírus, bactérias, fungos, ácaros patogênicos, estafilococos e poluentes orgânicos”.

O fenômeno

A massa de ar seco e carregada de partículas de areia se forma sobre o deserto do Saara no final da primavera, no verão e no começo do outono no Hemisfério Norte, e geralmente se desloca em direção ao Oeste sobre o Oceano Atlântico a cada três ou cinco dias. Quando ocorre, costuma ser de curta duração, não superior a uma semana. Porém a presença de ventos suaves em certas épocas do ano a tornam mais propensa a cruzar o Atlântico e percorrer mais de dez mil quilômetros. (Estadão Conteúdo)