Mundo supera 100 mil mortes por coronavírus
A Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém, permaneceu fechada na Sexta-feira da Paixão. Crédito da foto: Emmanuel Dunand / AFP
Centenas de milhões de cristãos celebraram a Sexta-feira Santa confinados em suas casas, acompanhando pela primeira vez pela internet ou televisão cerimônias solitárias, devido à pandemia do novo coronavírus, que superou o limite simbólico dos 100 mil mortos em todo o mundo, além de 1,6 mihão de infectados.
Na Terra Santa, todos os locais de culto foram fechados ao público, inclusive a igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém, o lugar onde, segundo o Evangelho, Cristo foi sepultado. Normalmente, Jerusalém é o coração das celebrações da Páscoa. No ano passado, mais de 25 mil pessoas de todo o mundo se reuniam ali para celebrar a Semana Santa.
Obrigados a apelar à criatividade, sacerdotes católicos têm dado bênçãos de helicópteros ou tomam a confissão dos fiéis de seus carros, como no porto turístico mexicano de Acapulco. Todas essas medidas para evitar qualquer atividade que pudesse gerar aglomerações foram tomadas pois uma suspensão rápida do confinamento bastaria para levar a um nova onda mortal do vírus, advertiu o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Recordes de casos
O vírus castiga principalmente a Europa (70.245 mortos) e os Estados Unidos (17.995 mortes), embora o número de pacientes graves tenha diminuído sutilmente em Itália, França, Espanha e em Nova York, principal foco americano, o que alimenta esperanças.
Nos Estados Unidos a doença avança mais rapidamente, com 475 mil casos até esta sexta-feira (10). Na Europa, a Itália, onde o vírus tem sido mais letal, com 18.849 mortos e 143 mil casos, prorrogou o confinamento até 3 de maio. Segundo país europeu mais afetado, com 15.843 mortos, a Espanha registrou ontem a cifra diária mais baixa de mortes desde 24 de março, com 605 óbitos. “Continuamos com a tendência descendente”, disse a doutora Maria José Sierra, do centro de emergências sanitárias.
A França, terceiro país da lista, reportou 987 novas mortes e superou os 13 mil óbitos, entre eles o de um menino de 10 anos. E o Reino Unido anunciou um recorde de 980 mortes em 24 horas, com um total de 8.958 falecidos.
Outros continentes
Em outras latitudes, o coronavírus também avança. O Iêmen, país devastado por cinco anos de guerra civil, anunciou sua primeira morte, e a Turquia superou os mil mortos. Na Rússia, com 11.917 casos e 94 mortos, a saturação de hospitais de Moscou está próxima.
Na América Latina e no Caribe, os casos beiram os 54 mil e mais de 2 mil mortes. O Brasil, país mais afetado pelo novo coronavírus na América Latina, chegou às 1.056 mortes e 19.638 casos. O Equador é o segundo país latino-americano mais afetado (7.161 casos e 297 mortos).
Economia
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, convocou uma cúpula europeia por videoconferência em 23 de abril. “É hora de estabelecer as bases de uma recuperação econômica robusta”, disse, um dia depois de os ministros das Finanças acordarem um fundo de ajuda de 500 bilhões de euros. Os 27 membros da União Europeia descartaram a ideia de uma emissão de dívida comum.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve anunciou 2,3 trilhões de dólares em novos empréstimos para apoiar a economia. (AFP)
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