Mudança no nome da Macedônia causa crise no governo da Grécia
O ministro da Defesa da Grécia, Panos Kammenos, renunciou ao cargo em protesto contra o acordo entre gregos e macedônios para a mudança no nome do país vizinho para República da Macedônia do Norte, com capital em Skopje. A decisão forçou o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, a pedir hoje (13) ao parlamento grego uma moção de confiança ao governo.
Líder do partido Gregos Independentes, Kammenos apoiava a coalizão do governo com sete deputados, garantindo a maioria absoluta para o governo liderado pelo Syriza, partido político de esquerda da Grécia. Com a saída do ministro, abriu-se uma crise política no país que levou o primeiro-ministro grego a pedir a votação o quanto antes de uma moção de confiança ao governo.
O parlamento grego tem 300 deputados. Com a debandada dos Gregos Independentes, o número de cadeiras do governo cai de 152 para 145.
O parlamento da Macedônia aprovou na sexta-feira (11) reforma constitucional para a mudança do nome do país, mas a troca ainda depende da confirmação pelo parlamento grego. A disputa entre os dois países arrasta-se há quase 30 anos por causa de uma província no norte da Grécia chamada Macedônia. Os gregos reivindicam que apenas aquela região possa ser nomeada como tal.
A atual Macedônia, país que deve ganhar o sufixo "do Norte", fazia parte da antiga Iugoslávia até 1991, quando declarou independência. Parte dos gregos, no entanto, não aceitam o novo nome do país vizinho, pois ainda contém o termo "Macedônia".
O acordo entre os dois países pela mudança do nome foi assinado em junho do ano passado, após uma disputa que levou a Grécia a boicotar a adesão do país vizinho à União Europeia e à Organização do Tratado do Atlântico Norte. (Agência Brasil)