Primeiro ministro de Israel Benjamin Netanyahu. Crédito da foto: Abir Sultan / AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (13) que Israel estabelecerá “a normalização total das relações” com os Emirados Árabes Unidos. Dessa forma, por enquanto, renunciará aos planos de anexar o território ocupado da Cisjordânia para se concentrar em melhorar seus laços com o restante dos países árabes.

Israel não tinha, até agora, relações diplomáticas com países do Golfo Pérsico. Tanto assim que os recentes anúncios de anexação de parte da Cisjordânia eram encarados como um empecilho para a regularização dos laços entre os países. Mesmo diante da ameaça comum que ambos sofrem com o aumento da influência regional do Irã.

Acordo rejeitado

Assim, a Autoridade Palestina convocou para consultas seu embaixador em Abu Dhabi, em protesto pela medida. Mas os palestinos também pediram uma reunião de emergência da Liga Árabe. Em um comunicado, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, rejeitou o acordo trilateral e disse que ele representava uma traição a “Jerusalém, a Al-Aqsa e à causa palestina”.

Desde os anos 90, israelenses e palestinos mantiveram várias negociações para tentar alcançar um acordo de paz. Desse modo, entre os principais pontos de atrito, está o fato de Israel rejeitar o retorno dos refugiados palestinos e o debate sobre a cidade sagrada de Jerusalém. Os palestinos desejam o lado oriental como a capital de seu futuro Estado, mas Israel considera toda Jerusalém sua capital -- status não reconhecido pela ONU.

Terceiro acordo de Israel

Esse será o terceiro acordo de Israel estabelecendo relações diplomáticas com um país árabe desde a declaração de independência de Israel, em 1948. O Egito assinou um acordo de paz com Israel em 1979 e a Jordânia em 1994.

O governo jordaniano afirmou que o acordo diplomático entre Israel e os Emirados somente trará a paz para a região se for um incentivo ‘para acabar com a ocupação israelense dos territórios palestinos‘ e se levar à criação de um Estado independente para eles nas terras que Israel ocupou em 1967. (Estadão Conteúdo)