Incêndios florestais deixam um morto e 11 desaparecidos na Argentina
Os incêndios florestais já devastaram 1.500 hectares, informou o ministro do Meio Ambiente do país, Juan Cabandié. Crédito da foto: Francisco Ramos/ AFP (11/03/2021)
Um morto, 11 desaparecidos, dezenas de desabrigados e mais de 200 casas destruídas é o saldo, ainda provisório, dos incêndios florestais que atingiram a região da Patagônia argentina nesta semana, informaram as autoridades locais.
Os bombeiros encerraram, nesta sexta-feira (12), o combate ao fogo na Comarca Andina, uma microrregião turística transformada em paisagem desolada, a cerca de 1.800 quilômetros a sudoeste de Buenos Aires.
Os incêndios, supostamente intencionais, segundo as autoridades, começaram no início da semana, atingindo as cidades de Lago Puelo, El Bolsón, El Maitén, Epuyén, Futaleufú, El Hoyo e Las Golondrinas, perto do sopé da Cordilheira dos Andes. "Há 1.500 hectares de mata nativa consumidos", informou a Defesa Civil.
O corpo carbonizado de um trabalhador rural, desaparecido desde terça-feira (9), foi encontrado na cidade de El Maitén, de acordo com as autoridades locais. "O incêndio atingiu mais de 200 casas e ainda há 11 pessoas, das quais não sabemos seu paradeiro", declarou o ministro do Meio Ambiente, Juan Cabandié, a jornalistas, atualizando o número de desaparecidos, que eram 15 na quarta-feira (11).
As chuvas abundantes das últimas horas amenizaram a situação, mas "há focos de incêndio que não foram totalmente extintos", disse Cabandié durante uma visita à área. Dezenas de desabrigados estão alojados em centros comunitários.
Nas províncias de Chubut, Río Negro e Neuquén, afetadas pelos incêndios, dezenas de brigadistas operam com o apoio de 12 carros de bombeiros, três hidrantes e dois helicópteros para conter as chamas.
"Há moradores que ficaram sem casa, nem nada. Tem muita gente passando necessidade. Eu tinha uma oficina de lataria e pintura. Tinha minha casa, e não sobrou nada", disse à AFP Marcelo Cárdenas, dono de uma oficina mecânica em um setor devastado pela chamas. "Perdi minha casa, meus cachorros e 60 galinhas", contou à AFP Rosalinda Muena, de 70 anos, que vende geleias e ovos para turistas.
Segundo o ministro, "a intencionalidade dos incêndios se manifesta a partir da simultaneidade no início em sete localidades, que, em um período de três horas, tiveram um incêndio. Foi muito planejado". Peritos começaram a trabalhar para determinar as responsabilidades.
Os incêndios devastaram dezenas de milhares de hectares na Argentina, no ano passado. Eles foram causados intencionalmente, principalmente, para fins especulativos de plantio, ou imobiliários, conforme o Ministério do Meio Ambiente.
As chamas nesta semana deixaram "danos tremendos", lamentou o ministro. "Não há água em Lago Puelo, em Epuyén, em El Maitén, ou em Las Golondrinas. Não há eletricidade", completou. (AFP)