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Igrejas católicas dos Sri Lanka permanecerão fechadas por segurança

25 de Abril de 2019 às 10:16

O governo ainda busca os suspeitos dos atentados - Foto: Jewel Samad/AFP (25/04/2019)

As igrejas católicas do Sri Lanka permanecerão fechadas até que a situação de segurança melhore no país, depois dos atentados que mataram 359 pessoas no domingo de Páscoa, enquanto as autoridades prosseguem com as buscas por suspeitos. "Por conselho das forças de segurança, manteremos todas as igrejas fechadas", afirmou à AFP uma fonte da Igreja local. "Não vai acontecer nenhuma missa pública até nova ordem", disse a fonte.

Os funerais das vítimas podem acontecer em cerimônias privadas. Os atentados, que deixaram 359 mortos e 500 feridos, estão entre os mais violentos no mundo desde 11 de setembro de 2001. As autoridades atribuem a autoria dos ataques ao grupo extremista local National Thowheeth Jama'ath (NTJ). A organização extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou os atentados em um vídeo.

O governo de Colombo iniciou uma gigantesca busca aos suspeitos. As forças de segurança cingalesa prenderam 16 pessoas nesta quinta-feira, elevando a 75 o número de detidos desde domingo. As Forças Armadas mobilizaram milhares de soldados para apoiar a polícia nas buscas. O exército aumentou número de militares envolvidos no dispositivo de 1.300 a 6.300. Aeronáutica e marinha participam com 2.000 homens. "Temos o poder de buscar, confiscar e deter graças ao estado de emergência", ativado na segunda-feira, afirmou o general Sumith Atapattu.

“Falha” do Estado

Colombo reconheceu uma "falha" do Estado na área de segurança, pois as autoridades não conseguiram impedir o massacre apesar de terem recebido informações prévias cruciais. Um alerta emitido há 15 dias, que prevenia que o NTJ preparava atentados, não foi comunicado ao primeiro-ministro e a ministros importantes. A advertência era baseada em elementos transmitidos por "uma agência de inteligência estrangeira" e havia sido divulgada à polícia.

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"Claramente aconteceu uma falha de comunicação (dos serviços) de inteligência. O governo deve assumir suas responsabilidades, porque se a informação tivesse sido transmitida às pessoas corretas, teria permitido evitar ou minimizar os atentados", admitiu o vice-ministro da Defesa, Ruwan Wikewardene. A polícia é subordinada ao presidente Maithripala Sirisena, que é rival do primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe. O primeiro destituiu o segundo no ano passado, mas foi obrigado a readmiti-lo no posto depois de sete semanas de caos político.

Os dois homens, com personalidades antagonistas, tem uma aversão recíproca e impõem obstáculos ao trabalho do outro. O governo cingalês anunciou na quarta-feira que "nove homens-bomba" morreram nos atentados de Domingo de Páscoa. Oito foram identificados, mas os nomes não foram revelados.

Oito explosões

Nos oito locais em que aconteceram explosões no domingo, seis - três igrejas de Colombo, Negombo e Batticaloa e três hotéis de luxo em Colombo - foram alvos de atentados suicidas durante a manhã. Posteriormente foram registradas explosões ao meio-dia em dois pontos da periferia de Colombo: estas foram obra de suspeitos que cometeram suicídio para evitar a prisão. Uma pessoa pretendia executar um atentado em um quarto hotel de luxo, mas não detonou sua carga explosiva por uma razão indeterminada.

O suspeito, cercado pelas forças de segurança horas depois na periferia sul de Dehiwala, cometeu suicídio. Quase no mesmo momento, duas pessoas - um homem e uma mulher - detonaram explosivos durante uma operação policial na residência de suspeitos na periferia norte de Orugodawatta.

O paradeiro do suposto líder do NTJ, Zahran Hashim, é desconhecido no momento. "Vários homens-bomba estudaram e são de classe média ou de classe média alta. São bastante independentes economicamente e suas famílias são bastante estáveis, o que é um fator preocupante", afirmou o vice-ministro da Defesa. (Amal Jayasinghe - AFP)