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EUA voltam a ter protestos contra racismo

16 de Junho de 2020 às 00:01

EUA voltam a ter protestos contra racismo Brooks foi morto em Atlanta, onde ontem, novos protestos foram realizados. Crédito da foto: Wes Bruer / AFP

A morte de um negro nas mãos de um policial branco em Atlanta aumentou o debate acalorado nos Estados Unidos sobre o racismo sistêmico, provocando novos protestos nas ruas e a renúncia da chefe da polícia da cidade.

A morte na sexta-feira de Rayshard Brooks, de 27 anos, por um tiro da polícia, ocorreu em meio a uma onda de protestos e distúrbios nos Estados Unidos e em várias partes do mundo após a morte do afro-americano George Floyd, em 25 de maio, vítima da brutalidade policial.

O restaurante da rede Wendy’s, onde ocorreu o incidente, foi incendiado no sábado, enquanto centenas de pessoas se manifestaram na capital do estado do sul da Geórgia, bloqueando uma rodovia.

Força excessiva

A prefeita Keisha Lance Bottoms, cujo nome aparece como possível candidata de chapa com o democrata Joe Biden, anunciou no sábado a renúncia imediata de Erika Shields, que lidera a polícia de Atlanta desde dezembro de 2016. “Não acredito que a ação tenha sido um uso justificado da força”, disse Bottoms.

Segundo um relatório oficial, Brooks dormia em seu carro do lado de fora do restaurante quando funcionários ligaram para a polícia para reclamar que ele estava obstruindo a passagem de clientes.

Brooks estava bêbado e resistiu quando dois policiais brancos tentaram prendê-lo, informou o Gabinete de Investigação da Geórgia (GBI).

Imagens do incidente, divulgadas pela polícia no domingo, mostram uma briga entre os policiais e o suspeito, que consegue pegar a pistola taser (arma imobilizadora) de um agente e escapa.

Brooks foi levado para um hospital, mas morreu após uma cirurgia. Um oficial ficou ferido.

O policial que atirou em Brooks foi demitido no sábado e identificado pelas autoridades locais como Garret Rolfe, enquanto o segundo agente foi enviado para funções administrativas, segundo a ABC News.

Brooks tinha quatro filhos e havia comemorado o aniversário da filha de oito anos na sexta-feira, segundo o advogado da família.