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Entrega de vacinas não será no ritmo esperado, diz OMS

30 de Janeiro de 2021 às 01:08

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Crédito da foto: Christopher Black / OMS / AFP (21/1/2021)

A distribuição global de vacinas para a Covid-19 deve ocorrer de forma mais lenta do que o projetado pelas farmacêuticas que as desenvolveram, à medida que as empresas esbarram em dificuldades na produção que já afetam o nível de suprimento acordado com países e blocos.

A afirmação é do consultor sênior da Organização Mundial da Saúde (OMS), Bruce Aylward, em coletiva de imprensa ontem (29). Ele disse que os acordos feitos com as companhias no âmbito da iniciativa Covax são “seguros”, e a questão recai sobre a capacidade produtiva das desenvolvedoras e fabricantes.

A cientista-chefe da OMS, Sumya Swaminathan, que também participou da coletiva, disse que a entidade deve distribuir as primeiras doses da vacina desenvolvida por Pfizer e BioNTech por meio da Covax em cerca de duas semanas. Ela também informou que a OMS espera receber as primeiras doses do imunizante da AstraZeneca em breve.

Segundo a diretora de acesso a medicamentos da entidade multilateral, Mariângela Simão, as vacinas da AstraZeneca e da Sinopharm estão em fase final de avaliação pela OMS e devem ser aprovadas para uso emergencial em pouco tempo.

Simão ainda alertou para as tentativas de empresas de iniciativas privadas ao redor do mundo de fechar acordos com as farmacêuticas para receber doses das vacinas. Segundo a diretora, este é um movimento contraproducente aos esforços de vacinação em massa que deve “parar” o mais rápido possível.

Distribuição equitativa

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, voltou a exortar a comunidade internacional a trabalhar em prol da distribuição equitativa entre os países das vacinas para a Covid-19. “Precisamos investir em um mundo saudável e seguro”, afirmou, durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, que este ano ocorre em formato virtual devido à pandemia.

Tedros destacou que a imunização começou em muitas nações desenvolvidas, enquanto as mais pobres não têm acordos com farmacêuticas.

O diretor chamou de “nacionalização das vacinas” o processo pelo qual governos impedem a exportação de doses e ressaltou que esse fenômeno não só prolongará a crise, como também custará mais de US$ 9 trilhões à economia global.

O líder da OMS também fixou a meta de ter a vacinação iniciada em todos os países do mundo nos primeiros 100 dias do ano. “Mais casos de Covid-19 foram reportados nas últimas duas semanas do que nos primeiros seis meses da

pandemia”, lembrou. (Gabriel Caldeira e André Marinho - Estadão Conteúdo)