Buscar no Cruzeiro

Buscar

Controle do coronavírus pode levar ainda cinco anos, diz cientista-chefe da OMS

14 de Maio de 2020 às 12:17

Crédito da foto: Andrew Milligan / Pool / AFP

Medidas de contingência, mutações e a descoberta de uma vacina efetiva contra a covid-19 são alguns dos principais fatores que vão determinar em quanto tempo a pandemia do novo coronavírus será controlada, de acordo com Soumya Swaminathan. Cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), ela afirmou em um debate promovido pelo jornal Financial Times que pode demorar até cinco anos para que o vírus seja controlado.

"Eu diria que em um intervalo de quatro a cinco anos nós poderíamos controlar isso", afirmou Swaminathan durante a conferência virtual. A cientista explica ainda que "não existe uma bola de cristal" para prever a contingência da covid-19, mas que uma vacina ainda é a melhor saída por ora. Ela também não descarta a possibilidade de que a pandemia se agrave ainda mais, após já ter provocado quase 300 mil mortes e ter infectado mais de 4,3 milhões de pessoas em todo o mundo.

Em suas redes sociais, Soumya Swaminathan reforçou que o prazo de cinco anos poderia ser menor, caso a vacina fosse descoberta a tempo e distribuída globalmente. Mas o processo de desenvolvimento ainda está em estudo e testes em diversos países. "É muito difícil prever. Se a solidariedade global resultar em vacinas e tratamento para todos, a situação poderá ser bem diferente daqui a dois anos", afirmou.

Ainda assim, Swaminathan frisou que nem a vacina seria um caminho completamente eficaz, uma vez que o vírus pode sofrer mutações genéticas e invalidar a eficiência e segurança do que for desenvolvido até então. Para a cientista, o maior desafio dos governantes agora é avaliar os riscos e benefícios de diminuir gradativamente as medidas de isolamento social para descobrir como atingir uma nova normalidade.

No último dia 24, a OMS lançou uma parceria com vários líderes globais para uma colaboração internacional na descoberta de uma vacina contra a covid-19. Na ocasião, o governo do Brasil não enviou nenhum representante e ficou de fora do acordo. (João Ker - Estadão Conteúdo)