Começa julgamento de cardeal francês por manter silêncio sobre pedofilia
Philippe Barbarin não denunciou à Justiça casos de agressões sexuais contra menores. Crédito da foto: Jeff Pachoud/ AFP
O julgamento do cardeal francês Philippe Barbarin e de cinco ex-responsáveis de sua diocese por não denunciarem à Justiça agressões sexuais contra menores começou na cidade de Lyon, nesta segunda-feira (7). Nesta segunda, os juízes tratarão de temas de procedimento para, então, dedicarem-se ao mérito do caso até quarta-feira. Eles deverão determinar se Barbarin e seus cinco coacusados reagiram da forma correta ao tomarem conhecimento das agressões sexuais contra menores por parte de um padre de sua diocese.
O caso veio à tona em 2015, depois que várias vítimas denunciaram o padre Bernard Preynat por abusos cometidos entre 1986 e 1991. As vítimas também apresentaram uma denúncia contra Barbarin por não ter recorrido à Justiça, embora estivesse a par dos fatos.
[irp posts="57007" ]
Depois de seis meses de investigação e de seis horas de interrogatório do cardeal, de 68 anos, a Procuradoria de Lyon arquivou o caso em 2016. Várias vítimas lançaram, porém, um procedimento de citação direta. Na França, isso permite à vítima recorrer diretamente a um tribunal penal. A defesa disse esperar que o julgamento "restabeleça a verdade". "Não se repara uma injustiça com outra", declarou um dos advogados de Barbarin, Jean-Félix Luciani.
Em relação à pedofilia, o papa Francisco garantiu em sua mensagem de Ano Novo, divulgada nesta segunda-feira (7), que a Igreja se compromete a combater "um dos piores e mais vis crimes". A declaração do sumo pontífice surge após um ano de 2018 marcado pela revelação de uma série de abusos sexuais do clero, especialmente nos Estados Unidos e no Chile. (AFP)
Galeria
Confira a galeria de fotos