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Colômbia volta a assistir massacres

23 de Agosto de 2020 às 00:01

Colômbia volta a assistir massacres Nos últimos 11 dias foram registradas 33 mortes violentas. Crédito da foto: Daniel Fernando Martinez / AFP

A Colômbia voltou ao terror dos massacres no campo com 33 mortos nos últimos 11 dias nas mãos de grupos financiados pelo narcotráfico, após o alívio trazido pelo pacto de paz de 2016 com a ex-guerrilha FARC, também alvo de violência. Entre sexta-feira (21) e ontem (22), as autoridades informaram 17 mortos e dois desaparecidos em dois massacres em um país supostamente semiparalisado pela pandemia.

Cinco das vítimas morreram em Arauca, na fronteira com a Venezuela, e seis no departamento de Cauca, áreas fortemente militarizadas.

Ontem (22), Jhon Rojas, governador de Nariño, um departamento vizinho de Cauca e fronteira com o Equador, informou sobre um “novo massacre” com seis vítimas e dois desaparecidos no município de Tumaco, onde há um grande número de plantações de coca.

Os episódios são encadeados mais ou menos da mesma maneira: um grupo armado invade e abre fogo em áreas remotas ou leva suas vítimas e depois deixa seus corpos. A maioria dos mortos são jovens.

Na sexta-feira (21), no massacre de El Tambo (Cauca), mataram seis homens. Os agressores os fotografaram “quando foram levados para mostrá-los antes de massacrá-los”, disse o presidente da comissão de paz do Senado, Roy Barreras. O senador compartilhou as imagens no Twitter. “Agem com brutalidade e crueldade que além do crime mandam uma mensagem de controle do território”, escreveu. O presidente Iván Duque, ao percorrer algumas zonas castigadas por estes massacres, lamentou que estes “dolorosos acontecimentos” não “tenham desaparecido”.

“Entre 2019 e até 2020, podemos estar falando de 34 eventos dessa natureza”, disse Duque em discurso na cidade de Cali (sudoeste). A mais recente onda de violência começou em 11 de agosto com o massacre de cinco menores em uma área de cultivo de cana-de-açúcar em Cali; continuou com o de oito jovens que conversavam em uma festa em Samaniego, Nariño, e o assassinato de três indígenas Awá nesse mesmo departamento. (AFP)