China autoriza testes clínicos de vacinas
Pesquisadores chineses trabalham no desenvolvimento da vacina contra a Covid-19. Crédito da foto: Nicolas Asfouri / AFP
Em um laboratório no norte de Pequim, um homem talvez possua o tão esperado antídoto. Vestido com um jaleco branco, ele exibe uma das primeiras vacinas experimentais contra o novo coronavírus.
Sinovac Biotech é um dos quatro laboratórios chineses autorizados a realizar ensaios clínicos desde abril com 144 voluntários. Embora sua vacina ainda não tenha sido testada, o grupo privado diz que está pronto para produzir 100 milhões de doses por ano para combater o vírus, que apareceu na China no final de 2019.
O laboratório, em 2009, foi o primeiro no mundo a lançar uma vacina contra a gripe suína H1N1.
Em suas vastas instalações em Changping, na grande periferia da capital, os técnicos de laboratório controlam a qualidade da vacina experimental, com base em patógenos inertes, já produzidos em milhares de cópias. E já tem um nome: “Coronavac”.
Testes em macacos
Embora o tratamento ainda esteja longe de ser homologado, o fabricante deve demonstrar que é capaz de produzir em larga escala e sujeitar lotes ao controle das autoridades.
Daí o lançamento da produção mesmo antes do final dos ensaios clínicos.
No meio da corrida global para encontrar o antídoto há muito aguardado, menos de uma dúzia de laboratórios até agora iniciaram testes em humanos, de acordo com a Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.
Entre eles, Sinovac, que garante que obteve resultados promissores em macacos, antes de administrar seu soro pela primeira vez a 144 voluntários em meados de abril, em Jiangsu.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a produção de uma vacina pode levar entre 12 e 18 meses.
Pequim também aprovou o ensaio clínico de outras três vacinas experimentais, entre elas a do grupo China Biotics, que iniciou testes na terça-feira com 32 voluntários. (Patrick Baert - AFP)