Após protestos, Trump assina decreto para mudanças na polícia
Trump é contra o desmantelamento da polícia pedido por alguns manifestantes. Crédito da foto: Saul Loeb / AFP
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou ontem um decreto de reforma da polícia em resposta a onda de protestos contra o abuso e o racismo que sacode o país, ainda que não inclua itens gerais de mudança solicitados pelos manifestantes.
O decreto, anunciado dos jardins da Casa Branca, inclui a proibição de técnicas de estrangulamento como forma de imobilização, a menos que “a vida de um oficial esteja em perigo”, disse o presidente. Ressaltando a vontade de restaurar a “lei e ordem”, ele também enfatizou a necessidade de “aproxima a polícia e a comunidade”.
O decreto busca promover “boas práticas” vinculando subsídios federais às mudanças dos regulamentos policiais em todo o país.
No entanto, o presidente deixou clara sua “firme oposição” aos esforços “radicais” para desmantelar os serviços policiais, como o anunciado em Minneapolis. “Sem lei, há anarquia, e sem segurança, é um desastre”, ressaltou Trump.
No entanto, é pouco provável que o decreto satisfaça os milhares de manifestantes que saíram às ruas para denunciar o racismo e a brutalidade policial após a morte de George Floyd, um homem negro de 46 anos, sufocado por um policial branco que o asfixiou usando o joelho, em Minneapolis, em 25 de maio.
O incidente originou as maiores manifestações por todo o país desde os protestos pelos direitos civis na década de 1960, e levou várias cidades a proibir práticas policiais consideradas controversas, como técnicas de asfixia.
Em Minneapolis, por exemplo, anunciou-se o desmantelamento da polícia para a criação de um novo departamento.
A revolta generalizada causada pela morte de Floyd foi potencializada na noite da última sexta, após a morte de outro homem negro, Rayshard Brooks, depois de ser baleado nas costas por um policial, em Atlanta. (AFP)