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21% da população de Nova York teve Covid

24 de Abril de 2020 às 00:01

20% da população de Nova York teve Covid Exames foram feitos em estacionamentos de supermercados, de forma aleatória, em 3 mil pessoas. Crédito da foto: All Bello / Getty Images / AFP

Mais de um em cada cinco nova-iorquinos (21,2%) já foi infectado com o novo coronavírus, de acordo com resultados preliminares de testes de anticorpos entre 3.000 pessoas no estado de Nova York, informou ontem o governador Andrew Cuomo.

Os testes em massa -- testes de diagnóstico e anticorpos -- são considerados essenciais para suspender as ordens de confinamento e reabrir a economia nas diferentes regiões dos Estados Unidos.

A presença de anticorpos para a doença da Covid-19 significa que a pessoa já foi infectada pelo vírus e pode estar imune, para que possa voltar ao trabalho sem adoecer novamente.

Os testes de anticorpos foram realizados aleatoriamente em 3.000 clientes de supermercados do estado de Nova York nesta semana, disse Cuomo em entrevista coletiva.

Quase 14% deram positivo, acrescentou o governador. Na cidade de Nova York, 21,2% deram positivo.

Esses números mostram que 2,6 milhões de pessoas no estado e cerca de 1,7 milhão na Big Apple já teriam contraído o vírus.

Os números superam em muito o número atual de casos confirmados no estado de Nova York, o mais atingido pela pandemia nos Estados Unidos, com 263.460 casos e mais de 15.500 mortes.

“Eu acho que é vital que todo estado faça primeiro um estudo de base para ver onde está em termos de infectados”, alertou Cuomo.

Há incerteza sobre a precisão desses testes e a amostragem é pequena. Cuomo, no entanto, observou que, se os dados estiverem corretos, a taxa de mortalidade do vírus no estado seria de apenas 0,5%, muito abaixo da média americana e dos países europeus mais afetados que baseiam seus números em casos confirmados.

Desempregados

O número de novos pedidos de seguro-desemprego voltou a diminuir na semana passada nos Estados Unidos, com 4,42 milhões de solicitações, mas permanece em um nível historicamente alto -- conforme dados divulgados ontem pelo Departamento do Trabalho.

Cerca de 5,2 milhões de pessoas solicitaram esse subsídio pela primeira vez na semana anterior, de acordo com números revisados.

Assim, o número de desempregados, que disparou desde março nos Estados Unidos, totaliza 26,4 milhões, como resultado das medidas de confinamento adotadas para tentar impedir a propagação da Covid-19.

A pandemia atingiu duramente os Estados Unidos, que é o país com mais mortes registradas, 46.583 até quarta-feira, de acordo com uma contagem da Universidade Johns Hopkins.

A queda no número de solicitações por seguro-desemprego mostra que a crise do coronavírus destruiu rapidamente parte do emprego criado pela recuperação após a Grande Recessão de 2009.

Para responder à crise, os legisladores da Câmara de Representantes concordaram com os termos para a votação de um pacote de ajuda de US$ 480 bilhões que se soma ao colossal plano de US$ 2,2 trilhões aprovado no final de março.

Os números semanais mostram que a onda de demissões continuou pela quinta semana consecutiva, apesar da ajuda do Congresso.

Ian Shepherdson, da consultoria Pantheon Macroeconomics, destacou a queda, mas disse que não é tão íngreme quanto esperava, embora o total mostre uma realidade “terrível”. (AFP)