Técnicos veteranos terão que usar máscara
Treinadores como mais 60 anos, como Jorge Jesus, ou de grupos de risco exigirão atenção especial no retorno do futebol. Crédito da foto: Alexandre Vidal / CRF
Com o passar do tempo, os técnicos começaram a dividir o protagonismo no futebol com os jogadores. Continuará sendo assim quando as partidas forem retomadas no Brasil, mas não apenas pelo aspecto esportivo. Afinal, parcela relevante dos treinadores em atividade faz parte dos grupos de risco ao coronavírus e precisarão de atenção especial, incluindo avaliações mais cuidadosas.
Apenas na Série A do Campeonato Brasileiro, são cinco técnicos com ao menos 60 anos, idade que baseia a composição inicial dos grupos de risco. São eles: os estrangeiros Jesualdo Ferreira, Jorge Jesus e Jorge Sampaoli, além de Vanderlei Luxemburgo e Paulo Autuori. Há exemplos em outros campeonatos, como Geninho, à frente do Vitória, com 71 anos. E também de veteranos que estão desempregados, mas podem se recolocar no mercado, como Luiz Felipe Scolari, Abel Braga e Marcelo Oliveira.
Os casos, porém, não se limitam apenas à faixa etária, incluindo pessoas que possuem asma, diabetes, hipertensão e outros problemas de saúde. É o que acontece com Renato Gaúcho, que está com 57 anos, mas passou por cirurgias cardíacas por causa de uma fibrilação atrial, problema bastante comum a ex-jogadores, o que levou, inclusive, o Grêmio a mantê-lo no Rio, embora o elenco já venha realizando trabalhos em Porto Alegre. Por isso, a saúde de diversos treinadores precisará de atenção.
Os protocolos de segurança para a volta do futebol indicam que todos os envolvidos nas partidas vão passar por testes contra o coronavírus para que estejam aptos a jogar e treinar. E os exames para profissionais do grupo de risco deverão ser mais rigorosos e frequentes, como detalha Moisés Cohen, presidente da comissão da Federação Paulista de Futebol, apontando planos de realização de dois diferentes tipos de testagem.
“Dependendo da faixa etária da pessoa, você pode ser um pouco mais rigoroso na testagem, fazendo o teste do RT-PCR no meio da concentração. E depois de uma semana, dez dias, você faz o sorológico. Aí você vai ter mapeado bem”, explica.
Diagnóstico preciso
A realização de testes detalhados e seguidos se dá pela busca de um diagnóstico mais preciso da condição de saúde, algo importante para pessoas do grupo de risco. Mas especialistas reconhecem que não existe um limite seguro para a realização de todas as atividades, mesmo com o cumprimento de protocolos de prevenção e higiene.
Nos bancos de reservas, os protocolos da CBF e das federações estaduais indicam que os técnicos vão usar máscaras, assim como todos os profissionais que não estiverem dentro de campo. “Todos serão orientados a usar máscara, com exceção de quem estiver dentro das quatro linhas: jogadores, árbitros e assistentes”, explica Jorge Pagura, presidente da comissão de médicos da CBF. (Estadão Conteúdo)