Com estádio lotado, meio-campista de Sorocaba (no centro) comemora título búlgaro ao lado de companheiros argentino e português. Crédito da foto: Reprodução / Instagram

O Lokomotiv Plovdiv, time da cidade de Plovidv, na Bulgária, levantou a taça de campeão da copa do país na quarta-feira (1º), após vencer o CSKA Sofia, nos pênaltis, por 5 a 3. E os campeões contaram com a ajuda de um sorocabano.

Lucas Salinas, que é meio-campista, foi titular na decisão e ergueu a primeira taça com a camisa do time búlgaro. Aos 24 anos, o jogador revelado pelo São Bento chegou ao país do leste europeu no início do ano.

“Foi uma experiência única. Cheguei no meio da temporada. Joguei a partir das quartas e semifinal, que foram dois jogos, e a final, em jogo único. Foi uma partida muito difícil, tanto é que foi resolvida nos pênaltis”, revelou Salinas ao programa Fome de Bola, da rádio Cruzeiro FM 92,3.

O título foi importante para conseguir se afirmar na equipe, como contou. O destaque é que o troféu pode ser comemorado junto com a torcida. Desde que os jogos foram retomados na Bulgária, no dia 5 de junho, uma parte das arquibancadas está liberada aos torcedores.

“Desde o retorno do campeonato, eles liberaram 30% da arquibancada. E falam para ter o distanciamento, mas a gente sabe que no futebol é complicado o pessoal respeitar esse distanciamento, né? Não acabam respeitando”, afirmou.

O Lokomotiv Plovdiv jogou no Estádio Nacional de Sófia, a capital do país. E a conquista pode ser acompanhado por muita gente. “Ontem (quarta-feira), tinha 12 mil pessoas no estádio, que cabe 40 mil. Tinha bastante gente.”

Realidades diferentes

A Bulgária -- com 7 milhões de habitantes -- registrou, até ontem, 5.154 casos confirmados de Covid-19 e 232 mortes. No Brasil, apenas Sorocaba -- com menos de 700 mil moradores -- já passou da marca de 5.000 infectados. Realidades na pandemia diferentes e países com culturas bastante distintas, mas nada que atrapalhe Salinas.

“A adaptação tem sido mais fácil do que eu pensei. O que é mais complicado é a língua, mas o pessoal traduz tudo para o inglês e dá para se virar bem. E também tem um português e um argentino com os quais eu fiz amizade no time. Então, um acaba ajudando o outro”, explicou.

Na decisão búlgara, outros clubes tradicionais do interior paulista também estiveram representados. Vestindo a camisa do CSKA Sofia estavam o goleiro Busatto -- que já defendeu o Ituano -- e o atacante Henrique, com passagem pelo XV de Piracicaba.

“Eu, por acaso, tive que fazer o doping. E lá estavam o Henrique e o Busatto, conversei bastante com eles. Lógico, eles estavam tristes, mas foram muito gente boa e foi uma boa conversa. É bom conversar com os brasileiros”, contou.

Lucas está na Europa há quatro anos. Jogou em quatro clubes portugueses: o Lusitano -- da terceira divisão -- e em outros três da segunda divisão -- Armancenenses, Olhanense e Sertanense.

Hoje está na primeira divisão búlgara e, após o título da Copa da Bulgária, terá a oportunidade de disputar, na próxima temporada, a Liga Europa, o segundo torneio mais importante do continente.

“É um salto muito qualitativo. Sair da segunda e terceira divisões de Portugal para cá e disputar títulos, eu acho, fica para a história. Ninguém apaga. Vai ficar para sempre na minha memória e de todos”, analisou.

Novos desafios

O sorocabano ainda tem dois anos de contrato com o Lokomotiv Plovdiv. Ainda este mês terá a oportunidade de brigar por mais um título. E em agosto, a temporada de 2020/21 já começa.

“Faltam três rodadas (para acabar o campeonato). No dia 22 de julho tem a Supercopa, que é o (jogo do) campeão da Copa da Bulgária contra o campeão do campeonato búlgaro, que é o Ludogorets, e no dia 5 (de agosto) já começa o campeonato de novo”, explicou.

Revelado pelo São Bento, o meia também passou pelo Atlético Sorocaba, antes de deixar o Brasil, em 2016. “O São Bento é o clube do meu coração, devo muito ao São Bento, pois me deu a oportunidade. Clube da minha cidade e a gente sempre torce por eles”, concluiu. (Zeca Cardoso)