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Treinar é a receita do técnico do São Bento

28 de Março de 2020 às 00:01

Treinar é a receita do técnico do Bentão Comandante do Azulão orientando atletas. Crédito da foto: Fábio Rogério / Arquivo JCS (9/3/2020)

Edson Vieira é um sujeito bom de conversa e ótimo frasista. Mesmo a distância, em entrevista realizada por aplicativo de mensagens, o técnico do São Bento não deixou de lado a sua característica. “Treinamento é onde está o ouro e o jogo é onde você lapida o ouro”, essa é a sua frase para deixar claro a importância que dá aos treinos diários.

As atividades foram assunto no bate papo do comandante beneditino com a reportagem do jornal Cruzeiro do Sul. Intensidade é a palavra de ordem nos treinamentos. Para ele, sem intensidade é impossível trabalhar com qualidade. Trabalhos em meio período, mas com muita energia. Além disso, os métodos adotados estão diretamente relacionados ao adversário que irá enfrentar.

“Sou muito de estudar adversários e ver como a minha equipe foi em um jogo. O que ela errou, o que precisa melhorar. Em cima disso e do que eu vejo, executo os treinamentos. Gosto muito de trabalhar dessa forma. Sempre numa intensidade muito alta. Se o jogador não treinar 100%, ele vai ser um mero espectador no jogo”, analisou.

Quando o assunto é futebol, Edson demonstra toda a sua paixão. Para ele, “vários modelos de jogos existem, mas o futebol está muito dinâmico” e, por isso, não tem um de preferência. Até o momento, utilizou poucas variações táticas no São Bento, por conta do pouco tempo de trabalho, já que comandou a equipe em apenas quatro rodadas, após substituir o demitido Léo Condé.

“A herança do Léo Condé foi o 4-2-3-1, que é o mesmo do 4-1-4-1, e é muito parecido com o 4-3-3. Eu gosto muito do 4-2-2-2, já fizemos contra o Penapolense. Mas eu não tenho um modelo de jogo de preferência, eu jogo muito de acordo com o adversário. Muitas vezes eu mudo o esquema no jogo, já mudei até cinco vezes, às vezes sem mudar um jogador”, revelou.

Com o futebol paralisado por conta da pandemia do coronavírus, o treinador, que se vê como um estrategista, faz questão de abrir os olhos para os profissionais de clubes do interior e das divisões menores. Jogadores, treinadores e funcionários vão sofrer com a queda de arrecadação e, por consequência, com as possíveis faltas de pagamentos.

“Existe 90% de uma classe que está sofrendo. Tem treinador que não é registrado, comissão técnica (também). Existe muito isso. O São Bento, graças a Deus, faz muito bem isso. Agora, tem muita gente que está sem registro. E como que faz? Vai ficar parado? Até quando? O pessoal mais de baixo, como sobrevive? Espero que o futebol, o mais rápido possível, volte a ativa”, alertou.

O estresse gerado no futebol é alto, ainda mais no dias atuais. Edson revelou o seu jeito para aliviar a tensão. “Eu vou pescar. Adoro pescar. Eu gosto de pegar peixe com salsicha ou com outro tipo de isca, e fico lá. Uma coisa que contribui para melhor a minha ansiedade, o meu nervosismo. Ontem eu pesquei mais de duas horas e não peguei nenhum peixe”, brincou. (Zeca Cardoso)