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O São Bento ideal

19 de Fevereiro de 2021 às 00:01

O São Bento ideal Técnico preza mais a velocidade das jogadas do que a posse de bola. Crédito da foto: Neto Bonvino / Bento TV (18/2/2021)

O técnico Edson Vieira tem na cabeça uma forma clara de como pretende que o São Bento atue no Campeonato Paulista. Será um time de transições rápidas, utilizando bastante a velocidade pelos lados do campo com os atacantes e laterais. Muitas vezes, o torcedor poderá ver uma espécie de “ligação direta”, quando os zagueiros lançam diretamente os pontas nas costas dos adversários, sem passar pelo meio-campo beneditino.

“É muito bonito ter posse de bola, mas você não cria, não é agudo. Então, eu prefiro tentar ter um time com bolas longas, jogador que recebe com velocidade e não a bola no pé. Quero esse tipo de jogo: vertical, com velocidade”, disse o comandante.

A consistência defensiva com rapidez para sair no contra-ataque está sendo trabalhada em quase todos os treinamentos. E pôde ser observada na atividade contra o Capivariano, na quarta-feira (17), em Santana de Parnaíba (SP). Principalmente nos últimos 60 minutos do jogo-treino, quando a equipe considerada titular estava em campo, a ação dos atacantes de lado de campo -- Leílson e Ítalo -- e as chegadas dos laterais -- Julinho e Victor Guilherme -- foram constantes.

Inúmeras chances de gol foram criadas, e todas elas geradas por jogadas pelas beiradas. O treinador ficou feliz com a criação do seu time, mas lhe incomoda a dificuldade em concluir. O placar final foi de 3 a 2, mas poderia ter sido, no mínimo, 6 a 2. “O importante de tudo é que criou, agora falta o teto. Fez a casa bonita, mas vai entrar água se não fizer o gol, eu penso assim”, brincou Edson Vieira.

Em virtude disso, a busca por um centroavante ainda não acabou. O Bentão já teve pelo menos três jogadores acertados verbalmente, mas que acabaram não chegando. Um deles, Wallace Pernambucano, esteve com a passagem para São Paulo comprada mas não veio, sem dar uma satisfação.

“Um ‘nove’, provavelmente, eu vou trazer. Preciso ter a condição de colocar dois atacantes por dentro. Às vezes eu posso mudar, com duas linhas de quatro e dois atacantes por dentro”, pontuou o treinador. E variações táticas devem ocorrer com a equipe. Em alguns momentos, o São Bento variou de uma formação com três peças no meio de campo (4-3-3) para uma com dois volantes, um meia e dois atacantes pelos lados (4-2-3-1). Tudo isso foi possível sem fazer substituições.

“Eu tenho de mudar (o esquema tático) sem trocar peças, isso é o futebol moderno. Você tem jogadores que às vezes não pode mudar, porque a característica deles não permite. Então, eu tento ter jogadores ali (no meio de campo) que dê para mudar”, falou.

A formação atual do meio-campo é com Escobar, Fábio Bahia e Allan Dias. Daniel Costa, um clássico “camisa 10”, também pode atuar mais recuado, até como um segundo volante, mas acabou perdendo espaço pela intensidade, tão exigida por Edson. (Zeca Cardoso)