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Ídolo em nova função no São Bento

25 de Abril de 2020 às 00:01

Ídolo em nova função Ex-atacante Markinho continua atuando no Bentão como roupeiro. Crédito da foto: Emidio Marques / Arquivo JCS (29/3/2014)

Em 2014, o São Bento reconquistou o acesso à Série A1 do Campeonato Paulista. Com a terceira colocação na Série A2, o clube sorocabano ficou com uma das vagas após bater a Catanduvense na 19ª -- e última -- rodada da competição, por 2 a 1, fora de casa.

O autor de um dos gols da vitória foi o atacante Markinho. Porém, para o jogador, esse não foi o gol mais importante da sua história no Bentão. Na 17ª rodada, o clube ocupava a sexta colocação, com dois pontos a menos do que o Mirassol, o quarto colocado. Para permanecer na luta pela volta à elite do futebol paulista, a vitória sobre o Santo André era indispensável. E ela veio, de maneiras sofrida, aos 47 minutos do segundo tempo. De pé esquerdo, Markinho manteve vivo o sonho do time sorocabano subir de divisão.

“O gol mais importante foi o contra o Santo André. Eu não esperava que iria para o jogo, já que vinha sendo cortado. Mas o Paulo Roberto me colocou para jogar”, explicou Markinho em entrevista ao programa Fome de Bola, da rádio Cruzeiro FM 92,3.

Sob o comando de Paulo Roberto Santos, o elenco beneditino acumulou 37 pontos em 19 jogos: 11 vitórias, quatro empates e quatro derrotas. A competição foi disputada por pontos corridos em turno único.

“Eu glorifico o grupo. Aquele grupo, tirando o da A3 (de 2013), era de muita qualidade. A gente se gostava, íamos para o treino e gostávamos uns dos outros. Com isso, a equipe conseguia resultados”, contou o jogador.

Markinho chegou o São Bento em 2012, pelas mãos de Edson Vieira, atual treinador do Azulão sorocabano. No ano seguinte, fez parte do plantel que conquistou a Série A3 e deu o acesso à Série A2.

“Levei o nome do Esporte Clube São Bento para a A1 (do Paulista). Isso não tem palavras. Saio na rua e a torcida me para, tira fotos, pede para contar a história do gol. Quando o povo começa a falar, a gente se arrepia, chega a se emocionar”, relatou.

Nova história

Após a passagem por Sorocaba, Markinho rodou por clubes do interior do Estado. Inclusive por times que ainda devem dinheiro ao jogador, como Marília e Penapolense. A dificuldade financeira foi um dos motivos que fizeram o atleta abandonar a carreira.

“Voltei para Sorocaba e fiquei aqui na várzea. Foi a várzea que me abraçou. Eles pagaram o meu aluguel, minha comida, entendeu?”. Mas o problema financeiro foi apenas uma das razões para Markinho deixar o campo de jogo.

As preferências pessoais e não técnicas de treinadores ajudaram na decisão. “É muita coisa por fora, a gente acaba desgostando, não de jogar. Você vê que tá jogando melhor, mas o treinador coloca um jogador preferido dele. É muito complicado”, revelou.

Roupeiro do clube

Atualmente, Markinho é um dos roupeiros do São Bento, atuando ao lado de outro personagem quem também fez história no São Bento. Wilson Roberto Woppe, o Serelepe, é roupeiro do Bentão há mais de 30 anos, e, agora, colega de função do ex-jogador.

“Sererê é um cara brincadeira. Eu falo que estou lá para aprender com ele. É uma pessoa símbolo do São Bento. O mais importante não fui eu, em 2014, mas o Serê. Ele acorda cedo, arruma o material de treino e de jogo, não deixa faltar nada”, explicou.

Com o nome marcado na história do clube, Markinho viveu em outra função o ano trágico de 2019. O elenco montado com jogadores consagrados, principalmente no Paulista, não vingou e o Bentão amargou dois rebaixamentos: no estadual e na Série B do Brasileiro.

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Markinho conviveu o dia a dia do vestiário com a equipe e tinha o respeito de todos os jogadores por sua história no clube. Para ele, o insucesso do ano passado entra na conta do imponderável que existe no futebol.

“O Alecsandro (foi) um cara que me abraçou para caramba, tudo o que eu precisava me ajudava. Éder Luís, Tiago Luiz, todos esses caras. Infelizmente não deu certo. Futebol ou dá ou não dá certo. Infelizmente não deu”, finalizou. (Zeca Cardoso)

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