Com time renovado, após 2019 sofrível, São Bento volta a ter motivos para comemorar. Crédito da foto: Rodrigo Corsi / FPF (30/9/2020)

Um dos símbolos do São Bento é Fábio Bahia. Até 2018, o volante viveu os tempos áureos do clube: seguidos acessos em divisões nacionais e a consolidação na primeira divisão do Campeonato Paulista. Em 2019, Bahia esteve no elenco que foi duplamente rebaixado.

Identificado com o Bentão, permaneceu para a temporada de 2020 pois se “sentiria um covarde” em deixar o clube após dois descensos. Após o início conturbado, o time corrigiu o rumo e o capitão conseguiu devolver os sorocabanos à elite estadual.

“Nós nos reunimos no vestiário e falamos que não poderíamos deixar o São Bento do jeito que estava. Os jogadores compraram a ideia do Edson (Vieira), nos fortalecemos como grupo, como família. Por isso conquistamos esse acesso”, analisou.

O companheiro de meio-campo na reta final foi Thiago Primão. Contratado como meia, o jogador chegou a ficar de fora dos jogadores relacionados para as partidas. Com Edson Vieira, foi transformado em volante e se destacou no mata-mata.

“Sempre fomos muito trabalhadores, a diretoria sempre deu confiança para fazermos o nosso melhor. O grupo todo nunca faltou caráter. Nunca deixamos de trabalhar”, apontou Primão. E caráter e trabalho foram pontos primordiais para triunfar.

Com a redução salarial e dificuldades financeiras, o Bentão passou por tempos difíceis. Outro destaque da campanha foi o zagueiro Douglas Assis, que por pouco não abandonou o futebol, mas decidiu ficar e se firmou como um dos pilares defensivos.

“Eu brinco com os jogadores que nós estávamos pagando para jogar no São Bento, com todas as dificuldades da redução de salário. Esse grupo, no momento de adversidade, se supera. Conseguimos o acesso e temos que comemorar muito”, falou.

Quem tem muito o que comemorar é o centroavante Bambam. Estreou com a camisa beneditina na décima rodada, na goleada diante do Juventus, marcando três gols. Ao todo, balançou a rede sete vezes. Ascensão meteórica do camisa 9.

“Para ser sincero, não dava para imaginar tudo isso. Éramos o vice-lanterna, uma situação muito delicada para um time dessa grandeza. Mas com os nossos pés no chão fomos conquistando os nossos objetivos”, comentou o artilheiro.

E tem jogador que almeja objetivos grandes com o São Bento. O atacante Ruan, que teve um início conturbado no clube, quer escrever o seu nome na história. O diferencial técnico da equipe quer criar raízes na cidade e ser lembrado por muito tempo.

“Há uns anos atrás, eu tinha medo e vergonha de entrar em campo. O São Bento me deu a oportunidade de retomar a confiança de quem eu sou hoje. Tenho um sentimento muito especial pela oportunidade que o clube me deu. É um sentimento inexplicável”, revelou. (Zeca Cardoso)