Atacante dribla zagueiro para empatar a partida no CIC. Crédito da foto: Fábio Rogério / Arquivo JCS (4/3/2020)

“Esse dia vai ser inesquecível para mim”. Foi assim que o atacante Bambam, de 26 anos, definiu a noite da última quarta-feira (4), quando marcou três gols na vitória do São Bento, por 4 a 1, sobre o Juventus, pela Série A2 do Campeonato Paulista. Foi a primeira partida do novo centroavante com a camisa beneditina e uma apresentação de gala para os torcedores sorocabanos.

O novo “9” do Bentão chegou em Sorocaba na segunda-feira, participou de dois treinamentos e já foi para o jogo. “A hora que acabou o treino (geral, na terça-feira), fiquei dando um trabalho (específico) para mais alguns. Quando eu vejo, ele estava lá e disse que queria treinar mais. O cara tem um brilho, de quem quer jogar. Foi bom chegar assim, porque acorda os outros”, disse o técnico Edson Viera.

E a atitude não foi para impressionar o novo comandante. “Se a gente não tiver a consciência de que quando termina o treino ainda precisa (fazer um trabalho para) aprimorar, não vai dar certo. Toda vez que termina o treinamento, eu me torno até chato, às vezes, porque fico com o professor pedindo para treinar mais um pouquinho”, falou o atacante.

Seguido por Diego, novato festeja virada do Bentão. Crédito da foto: Fábio Rogério / Arquivo JCS (4/3/2020)

Bambam é um namoro antigo da diretoria do São Bento. O jogador, por pouco, não integrou o elenco que fez parte da Série B, em 2019. “Quando cheguei aqui, vi um grupo guerreiro, batalhador, com alegria, que é o mais importante. Se a gente colocar alegria no futebol, vai dar tudo certo. Se a gente começar a desconfiar (um do outro), ficar de cara feia, tem alguma coisa errada”, analisou.

Alegria era o que estava faltando para o centroavante no seu clube anterior. No início de 2020, o jogador estava defendendo as cores do Central, de Pernambuco. Após um bom 2019 no Brusque-SC, onde foi artilheiro da Copa Santa Catarina, a passagem no clube pernambucano não foi das melhores: em seis jogos marcou apenas um gol.

“Esse começo de ano não foi bom. A gente quando é pai pela primeira vez, tem aquela ansiedade no final da gravidez da mulher. Então, minha mulher estava no final de gravidez. Ela morava em Recife e eu em Caruru, e não conseguia dormir. Por isso, não tava desempenhando o meu futebol. Passei por um momento muito difícil”, revelou.

Com Erick Luís, pernambucano vibra pelo terceiro gol. Crédito da foto: Fábio Rogério / Arquivo JCS (4/3/2020)

No São Bento, a história já começou a ser construída de maneira diferente e com alegria. Teve dança para comemorar um dos gols, ao ritmo do brega funk recifense, presente para a filha, Kelly, que nasceu recentemente e já vai ganhar a bola do jogo e a camisa do pai. E na entrevista coletiva após a partida, o centroavante arrancou risos ao falar do seu nome e do apelido.

“Tem Bambam e Pedrita na família, talvez pode ser isso (pelos personagens do desenho animado Flintstones). Eu nem procurei saber, mas Bambam é até melhor do que Claudivan, porque o povo nordestino inventa (nome), viu”, brincou o jogador, que nasceu em Recife e foi revelado pelo Sport. Agora, o torcedor espera que o camisa 9 siga dançando, com alegria e, claro, marcando gols. (Zeca Cardoso)