Azulão
SAF caminha a passos lentos
Diretoria executiva recebe cinco documentos da empresa interessada em comprar o São Bento e encaminha ao Conselho Deliberativo

A Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do São Bento deu um pequeno passo rumo à concretização ou não do negócio. A diretoria executiva recebeu, há cerca de duas semanas, cinco documentos da Flash Forwars — empresa interessada em investir no clube — e encaminhou para apreciação do jurídico e do Conselho Deliberativo. Até o fim desta semana é esperado que os setores comuniquem seus pareceres. Quem afirma é o presidente do São Bento, Almir Laurindo.
Conforme apurado pelo Cruzeiro do Sul, apesar de o Conselho ter recebido o documento — com o contrato de compra e venda, de uso de imagem, entre outros tópicos —, a avaliação principal, neste momento, é a do jurídico, por meio do advogado Jean Nicolau, especializado em direito esportivo e contratado para executar esta tarefa no ano passado.
Pelo Conselho Deliberativo, uma reunião deve ser marcada nos próximos dias para apreciar os cinco documentos. No entanto, o encontro “não é relevante para a sequência da negociação”, diz um conselheiro que pediu anonimato. “Ela [a negociação] está parada porque não recebemos a minuta do contrato ainda. Neste documento deve ter todos os parâmetros básicos de garantia de como o investimento vai ser feito, do que o São Bento precisa. São questões paralelas à confecção do contrato”, acrescenta.
Por sua vez, Fernando Ferreira, sócio-fundador da Pluri Sports, empresa contratada pelos gestores são-bentistas para buscar investidores e que intermedeia o atual processo, confirma que o ex-jogador Zé Roberto é parte integrante na negociação. “Ele [o ex-atleta] entraria também com seu prestígio e a projeção da marca São Bento a nível internacional, entre outros pontos”, afirma.
Longo caminho
A proposta vinculante, que deu aval para o início das negociações, foi aprovada em setembro do ano passado. Na ocasião, ficou determinado que o pré-contrato deveria ser enviado até dezembro pelo grupo de investidores ao clube sorocabano, o que não aconteceu. Desde então, o processo estava emperrado. Somente agora, com o envio dos cinco documentos, é que o assunto voltou a movimentar o São Bento.
No entanto, para que os documentos se transformem em um passo real e mais encorpado, precisam ser apreciados e aprovados pela diretoria executiva e pelo Conselho Deliberativo. Só então poderia ser acionada a assembleia dos sócios para aprovação ou não da SAF.
Fernando Ferreira, inclusive, esclarece que a parte jurídica leva um tempo e que, enquanto não estiver tudo fechado, tudo pode ser conversado e mudado, se necessário. O empresário conta ainda que acompanha a situação do time no Campeonato Paulista da Série A2 e que se houver o rebaixamento os valores da negociação tendem a ser afetados.
R$ 130 milhões
Segundo estipulado até então, o grupo de investidores, vinculado à Flash Forward, teria oferecido R$ 130 milhões pela compra de 90% das ações do São Bento. O montante não seria depositado de uma vez, mas sim ao longo dos cinco anos seguintes.
A empresa que está no centro das negociações tem o ex-jogador Zé Roberto como sócio. O lateral foi revelado pela Portuguesa, passou por Flamengo, Santos, Grêmio e Palmeiras e vestiu as camisas internacionais de Real Madrid e Bayer de Munique. Em 2006, disputou a Copa do Mundo com a seleção brasileira.
Já os sócios de Zé Roberto no processo da SAF seriam o ex-jogador Fransérgio, o empresário Tiago Ribeiro (ex-CEO do Estoril), além de Fernando Ferreira.