São Bento
Azulão não apressará decisão sobre SAF
Clube reconheceu que a profissionalização é necessária, mas isso demanda dinheiro
A Sociedade Anônima do Futebol (SAF) segue como assunto no São Bento. Porém, diferente do que imaginam alguns torcedores, a decisão sobre a venda ou não das cotas de uma possível SAF não deve sair tão logo. “Não vamos fazer algo de um time de mais de 100 anos em 30, 40, 60 dias”, assegurou Wilson Vieira, presidente do Conselho Deliberativo, à rádio Cruzeiro FM 92,3, no início desta semana.
Em entrevista ao jornalista Caio César, acompanhado da vice, Maria Helena Ramalho, do 2º Secretário do Conselho Deliberativo, Érico Bueno, e do presidente do clube, Almir Laurindo, Wilson Vieira detalhou a carta de intenção de investimento recebida em dezembro do ano passado. “Houve uma carta de intenção, apenas, não uma proposta. E de um empresário brasileiro (Rubens Takano), não tem nada de Portugal como falaram. Ele tem um clube lá, mas o capital é todo brasileiro. Nessa carta ele colocou que gostaria de uma resposta até 1º de março. Temos muita tranquilidade pra analisar isso e, antes de qualquer coisa, não é na primeira proposta que a gente vai fechar”, assegurou.
Os presidentes do Conselho Deliberativo e da Diretoria Executiva não confirmaram os valores do investimento prometido. Extraoficialmente, fala-se em uma proposta de R$ 40 milhões em “dinheiro novo” -- sem contar o que a própria SAF poderá gerar. “Daqui quatro ou cinco anos o São Bento como SAF pode voltar a ser pequeno. Qual será esse poder? Será que vamos estar entre os 20 mais fortes de SP ou vamos disputar a A1 com pequeno orçamento e ficar naquela de subir e descer toda hora? São muitas variáveis”, alertou Almir Laurindo.
Ele reconheceu que a profissionalização do clube é necessária, mas ressaltou que isso demanda dinheiro. “Tem gente que fala que precisa profissionalizar o São Bento em tudo, e é uma verdade, mas para isso precisa de recurso. O Rubens (investidor) fala de trazer essa profissionalização, mas nisso já aumenta R$ 100 mil por mês. Só de estrutura será mais de R$ 2 milhões por ano e sem falar em futebol”, complementou.
“Para os olhos do torcedor interessa ir para o campo, ganhar, mas poucos sabem dessas contas. Tem alguns que falam que se não aceitar a SAF, o time vai cair. Porém já passamos por tanta coisa antes e aqui estamos. A SAF não é sinônimo de sucesso e futebol não é matemática. Tudo que for bom para o clube a gente vai fazer”, comentou Maria Helena Ramalho.
O processo inclui a presença de um auditor da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A reunião com ele acontecerá na terça-feira (6), às 16h30. Haverá, ainda, palestras aos sócios sobre os pontos que fazem parte de uma SAF -- já que a votação e qualquer definição sobre o assunto cabe aos associados. (Da Redação)