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Técnico do São Bento detalha a pré-temporada para a Série A2
O experiente técnico Roberto Fonseca, de 61 anos, chegou a Sorocaba há pouco mais de um mês com a missão de montar um time capaz de recolocar o São Bento na elite do futebol paulista. Em entrevista à repórter Thaís Marcolino, o comandante beneditino adiantou as suas ideias para o Campeonato Paulista da Série A2, que começa em 17 de janeiro, contra o Juventus, na Rua Javari.
Jornal Cruzeiro do Sul - Qual avaliação você faz das três semanas de pré-temporada?
Roberto Fonseca - Primeiramente, muito proveitosa. Jogadores imbuídos de fazer o melhor. Doação, concentração total naquilo que estamos fazendo. A grande preocupação é você enfatizar, logicamente, uma parte tática e técnica, mas acima de tudo a parte física, né? Foi o que fizemos mais até agora e daqui pra frente temos os jogos-treinos. Todos têm muita seriedade, contra equipes que são sempre chatas de você jogar, e eles compreenderam bem. Na parte física, avaliamos como perto daquilo que nós queríamos.
JCS - Ao vir do Londrina, o que você encontrou no São Bento em termos de estrutura de trabalho?
RF - Estamos sempre buscando melhorar, né? No nosso gramado, temos trabalhado e buscado a melhoria. Na parte estrutural, a academia, sala de reuniões, tudo isso a direção tem dado muita atenção. E a gente tem que melhorar mesmo, porque é um legado que a gente deixa, e para dar condição aos atletas que aqui estão. Nós temos um refeitório de qualidade, a pré-temporada está sendo forte, então precisamos de reposição de energia adequada. Tudo isso tem sido avaliado e oferecido aos meninos.
JCS - O que as vitórias nos jogos-treino podem significar para os jogos oficiais?
RF - Moralmente, sempre é importante você ganhar, independente se são jogos-treino ou valendo. Mas, eu sempre falo que quando você vai estrear, sempre acaba esquecendo o que foi feito lá trás, tanto de positivo quanto de negativo. A semana que antecede, a semana que prepara, ela acaba sendo direcionada de uma maneira diferente. É claro que, quando você perde, você liga um sinal de alerta. Quando você está ganhando, moralmente é importante, mas a nossa preocupação é muito maior no aspecto físico, técnico e tático para levar para a competição (Série A2).
JCS - Nesse sentido, o time deve seguir realizando esses jogos-treino até a estreia no dia 17 de janeiro, certo?
RF - Nos dias 6 e 7 temos outros jogos-treino para fazer novas avaliações na parte tática, e assim como a gente fez contra o sub-20, com muita seriedade. Nós temos alternado, colocado uma “minutagem”. Quem jogou hoje, não joga amanhã e quem vai jogar amanhã, obviamente não jogou hoje. Então, estamos tentando dar 80, 90 minutos para cada um, praticamente aquilo que teremos de tempo para a estreia.
JCS - Você comentou anteriormente que tende a ficar de olho na base e “subir” a garotada baseada no mérito. O jogo com o sub-20 lhe acendeu o olhar?
RF - O mais importante são os jogos-treinos que nós temos levado jogadores (da base). Tanto é que o próprio Raí já fez até gol num jogo treino. O Murilo, que não é tão usado na base, acabou fazendo gol também no jogo-treino. Isso é importante, vai dando moral pra esses jogadores. Na nossa base, temos olhando o Ramos, o Raí, o Murilo, os meninos sempre participando. Pegamos esses jogadores para que estejam com a gente em treinamento e obviamente os vamos acompanhando.
JCS - Fale sobre sua filosofia de trabalho em relação aos treinos fechados para imprensa e público. Nós, jornalistas, estamos estranhando um pouco essa mudança de tradição quanto ao trabalho com o São Bento.
RF - Eu acredito que temos de ter a nossa privacidade, a nossa tranquilidade para trabalhar, mesmo porque no treinamento a gente grita, cobra, fala de uma maneira diferente de quando há torcedores e tudo mais. Então, não é somente nós que temos esse privilégio. Hoje, quem tem os CT’s, como o São Paulo, o Palmeiras, também não tem essa integração. Mas é claro que, em alguns momentos, a gente possa ter. Ainda não conversei com a direção, mas a gente pode ter. Mesmo porque, eles podem ver aquilo que a gente vai fazer. Talvez, aqui no CT não tenhamos estrutura para receber torcedores. Talvez quem sabe no próprio CIC, onde tem uma estrutura e poderíamos receber os torcedores que sempre serão e devem ser bem vindos.
JCS - Então você não descarta a abertura dos treinos mais pra frente?
RF - Não, de maneira alguma. É até uma sugestão bem legal da gente ter em alguns treinamentos. Para o próprio atleta é legal, para ele sentir essa torcida. Acredito que em alguns momentos a gente pode fazer sim, sem problema algum. Acredito que o futebol sem o torcedor inexiste. Quanto mais a gente trazer e eles (torcedores) conhecerem, é melhor.
JCS - E sobre o Paulista Série A2, o que podemos esperar?
RF - Acredito que todos aqui precisamos de um campeonato forte. Nós precisamos brigar pela classificação, porque primeiro a gente tem que pensar em classificar, não adianta pensar só no acesso. Ele acaba sendo o pós. Que o torcedor esteja junto e que possamos ter essa sincronia: nós, imprensa, direção, torcida, jogadores, para que possamos ser fortes e fazer um 2024 de alegria para todos.
JCS - O time já está fechado, falta chegar alguém? O mercado ainda está aberto?
RF - Os jogadores sabem. Nós temos a procura e a possibilidade de chegar de duas a três peças. Já diminuiu bastante, porque se antes tinha que contratar 20, agora são só dois, três. Isso minimiza bem a procura por essas peças e claro, quanto mais afunila, a gente tem que ser mais minucioso, já que elas serão mais pontuais.
JCS - Hoje quantos estão em treinamento?
RF - Em torno de 20 treinando, mais os da base, às vezes.
JCS - E quais são as posições que ainda procura?
RF - Eu não gosto muito de falar, porque sempre que a gente fala de posição tem alguém tem alguém trabalhando, mas a gente precisa de duas ou três peças e tenho certeza que os próprios atletas sabem daquilo que a gente precisa.
JCS - O elenco ganhou folga ontem e volta em 2024. O que o torcedor pode esperar para o ano-novo? Creio que a torcida esteja bem ansiosa.
RF - Com certeza, eu também estou. A gente trabalha, mas a gente quer ver como vai ser na estreia, como vai ser no campeonato, e obviamente que a gente sempre espera a qualidade. a gente vai preparando e depois que a gente vê como que vai ser a cara do neném quando nasce. Quando leva para dentro de campo é que aí eu falo que se formou uma equipe. Que os torcedores acreditem, apoiem, até porque, todo trabalho, tudo aquilo que se faz é pensando no torcedor. Ele é a essência do futebol e da necessidade de estarmos em jogo. Então eu acredito que a expectativa é por parte dele, pela nossa, e que nós possamos ter essa sincronia e interação entre diretoria, equipe, torcida e imprensa, para que possamos ter nossa cidade forte.