O São Bento comemora hoje (14) seus 110 anos de fundação tendo pouco a comemorar dentro de campo, após o rebaixamento à Série A2 do Campeonato Paulista no início do ano e a campanha pífia na Copa Paulista no segundo semestre. As festividades se resumiram a uma feijoada no último domingo (10) e o Jogo dos Sócios que ocorrerá neste sábado (16). Mas é para fora das quatro linhas que os holofotes estão apontados. Em assembleia na sede social e administrativa do Complexo Humberto Reale, à rua Coronel Nogueira Padilha, nº 657, na Vila Hortência, com início às 18h30 em primeira chamada e às 19h em segunda chamada, os sócios contribuintes maiores de 18 anos e em pleno gozo de seus direitos sociais, estatutários e civis vão votar pela mudança do estatuto do clube, o que inclui a possibilidade de adesão a uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF).

A revisão do estatuto, proposta por uma comissão formada especialmente para o assunto, propõe algumas correções gráficas e de ordem legal, como as leis que reconhecem o clube como patrimônio de Sorocaba e de utilidade pública. “Há 70 anos o São Bento optou se transformar em profissional. Agora vivemos um momento idêntico”, celebra o presidente do Conselho Deliberativo, Vinícius Rostelato.

É no artigo quinto que ocorrem as principais alterações, permitindo a ampliação do escopo de objetivos e incluindo a possibilidade do São Bento se tornar uma entidade de prática desportiva de outras modalidades para além do futebol, como vôlei, basquete, futsal, atletismo e natação. Esse artigo contém, ainda, autorização para que o São Bento se associe e forme outras pessoas jurídicas, respondendo como cotista, ou que tenha ações (desde que com participação mínima de 10%). É o ponto que permite ao clube adotar o modelo de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF).

Foram previstas exigências como a permanência obrigatória do clube em Sorocaba, proibição de venda do CT Humberto Reale, entre outros pontos. O texto protege, ainda, o patrimônio físico do clube, que ficaria “blindado” da SAF.

Ainda sobre a SAF, no artigo 10, parágrafo 1º, uma cláusula dispõe que, se a sociedade for firmada, a categoria de sócio-torcedor poderá ser transferida para a coligada. Os parágrafos seguintes ainda determinam que “é vedada a venda dessa categoria a empresas terceiras em que o ECSB não tenha participação como cotista.”

São 274 sócios aptos a voto. Em caso de aprovação das alterações estatutárias, elas passariam a valer a partir de 8 de outubro -- um dia após a eleição para a escolha da nova Diretoria Executiva e do Conselho Deliberativo para o triênio 2023/2025. “Na questão do estatuto, se poderá virar SAF ou não, será uma decisão futura. Mas sem dúvidas o novo estatuto promove um aprimoramento”, finaliza Rostelato. (Da Redação)