Quem pagou o pato
São Bento deixou de ganhar R$ 6 milhões com descenso e eliminação
Uma semana após a derrota por 3 a 0 para o Red Bull Bragantino e a confirmação do terceiro rebaixamento em seis anos no Campeonato Paulista, o presidente do São Bento, Almir Laurindo, assumiu a culpa pelo saldo negativo na competição. “A gente não esperava isso, trabalhamos para classificar, mas por incompetência nossa não conseguimos. A culpa é do presidente, não tem ninguém para falar, e a gente está aqui para trabalhar pelo melhor para o time. Infelizmente tivemos mais um vez essa pedra no caminho”, disse ele, em entrevista coletiva na tarde de ontem (13), no estádio Walter Ribeiro (CIC). Representantes da diretoria e do Conselho Deliberativo também compareceram para prestar contas após o desfecho infeliz da participação beneditina no campeonato.
Após o descenso, 23 atletas tiveram os contratos encerrados. O técnico Paulo Roberto Santos deve definir seu futuro hoje (14), em reunião com a diretoria. “Semana passada liberamos os jogadores que estavam vinculados com o clube para a competição. Continuam o volante Lucas Lima e o meia Kayan, alguns atletas de base e os que não jogaram o Paulistão por causa de lesão, por exemplo. O que resta são os trâmites de salário”, informou o diretor de futebol, Juliano Amorim.
Se o resultado fosse diferente, com a manutenção na Série A1 e classificação às quartas de final, o Azulão poderia embolsar cerca de R$ 6 milhões. “É um prejuízo muito grande, porque na primeira divisão a chance de conseguir um patrocínio é mais rápido. É um tombo dolorido para o São Bento”, lamentou Laurindo.
Em relação ao pedido negado pela Federação Paulista de Futebol (FPF) para invalidar o resultado do jogo entre Corinthians e Portuguesa, pela quarta rodada, na tentativa de reverter o rebaixamento, o momento é de reflexão. “Temos 20 dias para analisar e ver se vamos para o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), mas só continuaremos com a ação se o jurídico falar que vale a pena, senão não daremos continuidade. Mandamos o ofício para defender o São Bento”, explica Almir.
Contas e obras
Apesar do desfecho infeliz no Paulistão, Almir Laurindo garante que a saúde financeira do clube está melhor. “Conseguimos resolver o problema de INSS -- dívida de R$ 1,4 milhão que nos ameaçava bloquear a conta -- em mais de 50%, por isso a dividimos em cinco anos, seguimos pagando o fundo de garantia (mais de R$ 600 mil de uma dívida de R$ 3,1 milhão), então estamos trabalhando bem equilibrado, dentro do orçamento. Em 2023 o São Bento não vai dever nada para ninguém, pagaremos certinho”, garantiu.
Ele também lembrou que há obras no Centro de Treinamento (CT) Humberto Reale em andamento, como a construção da secretaria e do vestiário dos apartamentos, custeadas pela premiação Excelência Ouro da FPF, que beneficiou o Azulão com R$ 76 mil. (Thaís Marcolino)